Explosão de Covid e influenza é péssima notícia para a recuperação da economia

  • Robson Leite
  • Publicado em 12 de janeiro de 2022 às 10:00
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Setores produtivos buscam estratégias para evitar que recuperação da economia seja ainda mais afetada pela explosão de casos

O avanço da variante Ômicron e o aumento de casos de influenza já afetam a operação da aviação, do varejo, dos serviços e da indústria.

O afastamento dos trabalhadores para evitar a disseminação do contágio afetou escalas de voo, chão de fábrica e atendimento nas lojas.

Isso levou a uma onda de cancelamento de viagens, pagamento de horas extras para suprir a demanda diante da escassez de funcionários, remanejamento de profissionais e volta ao home office nos escritórios.

Para a economia, é má notícia, já que setores mais dependentes de atividades presenciais tinham expectativa de recuperação mais vigorosa este ano.

Cancelamento

Segundo notícia do jornal O Globo, o setor de turismo viu uma escalada no cancelamento de reservas para o carnaval desde que as prefeituras começaram a cancelar a festa diante do aumento de casos.

A maior parte das pessoas infectadas apresenta sintomas leves, mas a variante é mais contagiosa. No setor aéreo, que começava a dar sinais de alívio com retomada de voos, estima-se que mais de 500 tenham sido cancelados ou remarcados desde quinta-feira.

Levantamento feito com as companhias aéreas indica que ao menos 646 voos serão cancelados de domingo até o fim da semana diante do aumento de diagnósticos de Covid e influenza entre pilotos e comissários.

O varejo está em alerta e tem lançado mão de uma série de medidas para evitar o fechamento de portas em um começo de ano no qual se espera retomada de atividades durante o verão.

Contratações emergenciais

O aumento de casos de Covid-19 e de influenza levou empresários a rever a escala de funcionários, fazer contratações emergenciais e até pagar transporte particular para evitar a contaminação de colaboradores.

A indústria também começa a sentir os efeitos do aumento de casos de Covid-19 e de influenza. Nas montadoras de veículos do país, não foram registradas paralisações nas linhas de produção por causa da alta de casos das duas doenças, como ocorreu em 2020.

Desde dezembro, no entanto, com o surto de gripe, cresceu o número de faltas, segundo informa a Anfavea, associação que representa as montadoras. O absenteísmo cresceu primeiro no Rio de Janeiro e depois se espalhou para os demais estados.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, disse que a maioria das fábricas do setor têxtil está voltando agora das férias coletivas, mas algumas empresas estavam operando e registraram casos.

Ele avalia que certamente a indústria têxtil será afetada pelo aumento dos casos de gripe e Covid-19, mesmo com todos os protocolos, já que as pessoas utilizam transporte público para chegar ao trabalho.


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