Diagnóstico e tratamento precoces são essenciais no combate à hanseníase

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 15 de outubro de 2021 às 09:00
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Dermatologista do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida, explica as causas e sintomas da doença, que tem tratamento eficaz e cura

Teresa Cristina Fonseca Faleiros Trimer, dermatologista do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida.

Doença com prevalência de 15 novos pacientes para cada 100 mil habitantes no Brasil, a hanseníase ainda registra até 30 mil casos por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que é considerado um número expressivo.

“Mas, a hanseníase tem cura. E o diagnóstico e tratamento precoces são essenciais no combate à doença, e para evitar sequelas permanentes”. Quem faz a afirmação é Teresa Cristina Fonseca Faleiros Trimer, dermatologista do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida.

A médica explica que ainda há muita desinformação e um forte estigma sobre a doença, o que dificulta a procura por tratamento precoce.

Consequentemente, os pacientes chegam para o atendimento com sintomas já instalados e, por vezes, com sequelas evoluídas a níveis críticos.

“No passado, as pessoas que eram portadoras de hanseníase eram muito discriminadas, vivendo à margem da sociedade”, diz Teresa.

No entanto, com o advento do tratamento e a possibilidade real de cura, esses pacientes foram incluídos no convívio familiar e social. “Por isso, é necessário maior número de campanhas para esclarecimento da população sobre a doença por parte das autoridades competentes”, afirma a médica.

Características

A dermatologista explica que a hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae.

“Na maioria dos casos, admite-se que a transmissão ocorra de pessoa para pessoa, por meio de gotículas de saliva, ao tossir e ao falar. O bacilo se localiza no trato respiratório superior do paciente”, explica a médica.

Teresa ainda destaca que a ausência ou precariedade de saneamento básico também se torna um fator de risco para a doença. Por isso, segundo a OMS, boa parte dos casos são entre populações com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

No Brasil, o maior número de casos ocorre nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, enquanto o Sudeste e o Sul ocupam o quarto e quinto lugares, respectivamente.

Segundo a dermatologista do São Francisco, é importante salientar que pessoas com baixa imunidade são mais suscetíveis à doença.

Sintomas

A hanseníase apresenta um largo espectro de manifestações clínicas, baseando-se principalmente na presença de lesões na pele, com perda de sensibilidade e espessamento dos nervos.

Existem dois polos da doença, a tuberculoide e a virchowiana, com uma gama de variações.

“Portanto, é importante manter-se atento ao surgimento de manchas brancas ou avermelhadas com alteração de sensibilidade e espessamento dos nervos”, explica Teresa.

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e laboratorial. No exame clínico, é feita a detecção de manchas brancas, vermelhas ou aparecimento de nódulos pelo corpo.

É avaliada a alteração de sensibilidade observada em alguma área do corpo. Bem como a palpação para detectar espessamento de nervos e provas de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa.

Já no exame laboratorial são realizados exames como de sorologia e de anatomia patológica.

Tratamento

Teresa explica que o tratamento da hanseníase é realizado com esquema multidrogas antibacterianas.

“Importante lembrar que todos os casos de Hanseníase devem ser enviados para tratamento no SUS. É necessário um acompanhamento clínico e laboratorial desses pacientes durante todo o tratamento”, conclui.

A médica destaca que existe cura para hanseníase e quanto mais precoce for o tratamento, menores serão as sequelas.


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