Desemprego alto não vai embora: só fica abaixo de 10% em 2024, preveem economistas

  • Robson Leite
  • Publicado em 8 de novembro de 2021 às 14:30
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Para piorar, essa lenta recuperação será marcada por vagas que pagam baixos salários, ou seja, os salários continuarão caindo também

 

Para piorar, essa lenta recuperação da ocupação será marcada por vagas que pagam baixos salários.

Muita gente comemorou a queda da taxa de desemprego para 13,2% em agosto, segundo dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Apesar desse recuo, o desemprego continua altíssimo: quase 14 milhões de pessoas buscam por emprego no país.

A boa notícia, segundo especialistas, é que a taxa de desemprego deve continuar caindo nos próximos meses. A má é que essa queda será lentíssima. A expectativa é que o desemprego não fique abaixo de 10% antes de 2024 ou 2025.

“A tendência é que a taxa caia nos próximos meses. Mas essa queda acontecerá em ritmo lento, porque tem muita gente retornando para o mercado de trabalho com o avanço da vacinação”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da área de economia aplicada do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Segundo ele, a taxa continuará em dois dígitos pelos próximos três anos. “Só em 2025, com alguma sorte, vamos ter taxa de desemprego em um dígito. Até lá, o crescimento vai ter que acelerar bastante.”

E o salário, “ó”

Para piorar, essa lenta recuperação da ocupação será marcada por vagas que pagam baixos salários. Ou seja, os salários continuarão caindo também.

No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio real dos trabalhadores caiu 10,2% em relação a 2020, ficando em R$ 2.489.

Citado em reportagem do portal 6 Minutos, Rodolfo Margato, economista da XP, explica que existem três fatores que limitam o crescimento dos salários:

Ociosidade do mercado de trabalho: “Como o contingente de desempregados é muito grande, o poder de barganha de salários é menor”, diz.

Inflação elevada: “A inflação persistente e espalhada corrói o pode de compra dos salários”, afirma Margato.

Efeito composição da população ocupada: “Com a reabertura da economia e da mobilidade, aumenta a participação das categorias sem carteira assinada no contingente de ocupados. A média salarial dos informais é menor e puxa a renda média para baixo.”


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