Automedicação cresce entre os brasileiros e acende alerta sobre riscos à saúde

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 12 de junho de 2025 às 19:30
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Uso de remédios sem orientação médica pode mascarar doenças e causar intoxicações

O hábito de tomar medicamentos por conta própria, sem prescrição ou acompanhamento médico, segue crescendo no Brasil e preocupa profissionais da saúde. A automedicação, comum em casos de dores, gripes, ansiedade ou distúrbios do sono, pode trazer consequências graves, como agravamento de doenças, reações adversas e intoxicações medicamentosas.

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 77% dos brasileiros admitem se automedicar com frequência. Entre os medicamentos mais utilizados estão analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e ansiolíticos — muitos deles com efeitos colaterais severos quando usados de forma incorreta.

“A pessoa pode aliviar os sintomas momentaneamente, mas mascarar o diagnóstico real. Isso retarda o tratamento adequado e pode levar a complicações sérias”, explica a médica clínica geral Juliana Ferraz. Ela alerta ainda para o risco de interações perigosas entre medicamentos, principalmente em pessoas que já fazem uso contínuo de outros fármacos.

Além disso, o uso indevido de antibióticos, por exemplo, contribui para a resistência bacteriana, tornando infecções comuns cada vez mais difíceis de tratar. Casos de intoxicação medicamentosa também são registrados em todo o país e, em situações extremas, podem levar à morte.

Especialistas reforçam que qualquer tratamento deve ser prescrito por um profissional habilitado, que leve em consideração o histórico de saúde do paciente. A orientação é clara: diante de qualquer sintoma persistente, a busca por atendimento médico é sempre o caminho mais seguro.


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