Anac abre processo para extinguir contrato de concessão do Viracopos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 00:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:35
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De acordo com Anac, os serviços aos usuários não serão modificados pelo processo

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) instaurou
processo que pode resultar na extinção do contrato de concessão da Aeroportos
Brasil Viracopos S.A., operadora do Aeroporto Internacional de Viracopos,
localizado em Campinas.

A
informação foi divulgada na última terça-feira, 27 de fevereiro, pela Anac, que
informou que o processo administrativo, instaurado no dia 09, tem por objetivo
“apurar descumprimentos de obrigações previstas no contrato de concessão pela
concessionária”, que pode culminar na declaração de caducidade do contrato.

A
modalidade ocorre pela não execução, total ou parcial, das obrigações
contratuais. O principal fator apontado pela agência para a abertura do
procedimento é a ausência de pagamento de uma parcela do contrato de concessão
de R$ 160 milhões em taxas. A Anac disse que a concessionária já foi oficiada e
que terá 60 dias para apresentar a defesa, a contar da data de notificação.

De
acordo com a Anac, os serviços aos usuários não serão modificados pelo
processo. “A instauração do processo administrativo não afeta as operações
aeroportuárias, permanecendo a concessionária responsável pela manutenção dos
níveis de qualidade dos serviços prestados aos passageiros, conforme
estipulados no Contrato de Concessão e monitorados pela ANAC.”

Em
nota, a concessionária disse que já fez o pagamento das taxas e que,
“desta forma, não há motivo para prosperar eventual processo de
caducidade” e que vai prestar os devidos esclarecimentos. A concessionária
disse ainda esperar quitar, até o final de março, as parcelas de outorga fixa e
variável, referentes ao ano de 2017.

Em
julho do ano passado, a concessionária, formada pela ABV, Triunfo Participações
e a construtora UTC, decidiu devolver a concessão do aeroporto de Campinas à
União. O motivo alegado seria a redução na movimentação de passageiros e
cargas, em razão da crise econômica.

Na
ocasião, o governo conseguiu aprovar e sancionar uma lei para possibilitar a
relicitação de concessões. O governo ficou de publicar um decreto
regulamentando a Lei 13.448 de 2017 para a relicitação dos empreendimentos. Com
isso, a concessionária enfrenta dois procedimentos: o de caducidade e o de
relicitação. “Vale lembrar que o decreto que regulamenta a Lei de Relicitação
(13.448) ainda não foi concluído pelo governo federal. Viracopos aguarda o teor
da regulamentação”, disse a concessionária.

Segundo a concessionária existem negociações em
andamento com grupos estrangeiros interessados em investir em uma sociedade na
administração do aeroporto. “No caso da possível entrada de um novo sócio, o
aeroporto poderia até abrir mão do pleito para ser qualificado na Lei de
Relicitação”, disse, em nota.


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