Homem morre de Covid-19 e familiares quase morrem do coração com a conta

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de junho de 2020 às 14:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:52
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Vários dias depois do óbito, a família de Fábio recebeu a conta do hospital e nem queria acreditar no que via

família de um homem que morreu com Covid-19, em São Paulo, recebeu uma conta de cerca de 170 mil reais do hospital, devido a um internamento de sete dias.

Para fugir às filas de espera nos hospitais públicos brasileiros, Fábio dos Santos, de 38 anos, que estava há vários dias com falta de ar, decidiu dirigir-se a um hospital privado de São Paulo, para verificar o seu estado de saúde, acreditando que seria submetido a um ou outro exame.

Só que, ao ser atendido, os médicos perceberam que se tratava de Covid-19. O comerciante foi logo internado e ali permaneceu durante sete dias, onde acabou por morrer.

Vários dias depois do óbito, a família de Fábio recebeu a conta do hospital e nem queria acreditar no que via. O valor a pagar era quase de 170 mil reais.

A irmã da vítima admite que o hospital questionou a família, quando Fábio piorou, sobre uma possível transferência para um hospital público. 

Contudo, com um sistema de saúde completamente lotado, os familiares acabaram por dar o aval para a permanência no privado, achando que assim o podiam salvar.

O que nunca pensaram foi que Fábio morresse e que a conta chegasse ao valor agora cobrado.

Como a família assumiu a responsabilidade financeira pelo tratamento, de acordo com uma advogada consultada, “a contestação da conta é mais difícil”.

“É uma situação muito específica e delicada, mas houve a escolha de o manter no hospital”, esclarece Rafaela Borensztein, especialista na defesa de pacientes em processos na área da saúde.

A nota fiscal emitida pelo hospital descreve os gastos.

Honorários médicos: R$ 4.546. 

Diária em UTI: R$ 2.821,00. 

Medicamentos: R$ 46 mil. 

Materiais hospitalares: R$ 87 mil. 

Entre outras descrições, a conta chega ao valor total mencionado.

Já o hospital disse que “está à disposição para negociação da conta”.

“Só temos 2 mil reais. Estamos sem saída”, garante a irmã.

Entretanto, foi criada uma campanha de angariação para ajudar a família. Até ao momento foram arrecadados R$ 44.804,39, com a ajuda de 458 apoiadores. A meta é R$ 169.313,55.


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