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​A notícia é grave e extremamente preocupante. O colégio mais antigo, e um dos mais tradicionais de Franca, corre o risco de fechar as portas. A Escola Estadual Coronel Francisco Martins está em situação delicada. O motivo? Falta de alunos.

Das 16 salas possíveis para proferir aulas, apenas 12 permanecem abertas: seis no período da manhã e seis no período da tarde, com cerca de 220 alunos matriculados. Ocorrência que causa estranhamento, visto que, até pouco tempo, o colégio, conhecido por sua excelência, tinha fila de espera para matrícula de novos estudantes.

Entretanto, o fato não é difícil de ser explicado. Mais de 100 estudantes abandonaram a escola depois que a Prefeitura Municipal de Franca cortou a verba da INFACAPE – Instituição Família Cavalheiro Caetano Petráglia. A instituição era uma das parceiras do Coronel, e oferecia transporte para levar os alunos até o colégio, no contraturno de suas atividades.

Com a verba diminuída, a INFACAPE não possui mais condições de pagar o transporte escolar, e muitos pais, sem dinheiro para bancar vans particulares, optaram por matricular seus filhos em colégios mais próximos de suas residências.

Outros fatores que contribuíram para a diminuição de alunos na escola estadual foram a burocracia e o corte de verbas do Governo do Estado de São Paulo em relação às instituições de ensino.

“O Governo do Estado está com atitudes estranhas e prejudiciais ao ensino. Do nada, chegam e falam que algumas salas devem ser fechadas, pois está havendo corte de dinheiro. Isso aconteceu conosco na semana passada. Os professores, pais e alunos ficam desamparados do dia para a noite”, afirma uma professora, que prefere não ser identificada.

Antônio Reginaldo Raiz, diretor do Coronel, vê a situação de uma forma diferente. Para ele, a redução de estudantes é decorrente da menor procura de crianças pela escola, devido à queda do índice de natalidade no país.

“É claro que o corte de verbas da INFACAPE foi decisivo para a diminuição de alunos do Coronel. Porém, esse é um processo gradativo, que vem acontecendo ano após ano. A procura por vagas diminuiu, pois a natalidade do Brasil caiu. É natural”, disse.

Embora Antônio Raiz não considere a situação preocupante, a ocorrência causa desespero nos funcionários da escola, e não só por seus empregos estarem em risco, mas, principalmente, pela circunstância em que se apresenta o país e a necessidade da educação para tentar mudar o panorama que se desenha.

“A cidade precisa se comover para trazermos os alunos de volta. O Governo está indo na contramão da realidade do país. As crianças devem estudar para construirmos um futuro diferente. Precisamos abrir escolas e salas de aula se não quisermos construir novos presídios”, finalizou a professora da escola.

Escola Estadual Coronel Francisco Martins

A Escola Estadual Coronel Francisco Martins foi fundada em 03 de maio de 1904 e é a instituição de ensino mais antiga de Franca. Inicialmente, o colégio funcionava em um prédio adaptado, que foi doado ao governo do estado pela Câmara Municipal.

Em 1905, quando iniciou seus atendimentos, a escola tinha 204 alunos matriculados. No ano seguinte, o número passou para 307 e em 1907, para 353. Já em 1910, para aumentar a capacidade de alunos, o horário de aulas foi dividido em dois períodos entre manhã e tarde.

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