Lavínio Nilton Camarim acompanha Caravana pelo exame obrigatório

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de abril de 2018 às 14:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
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Conselho quer sensibilizar população sobre tornar o exame obrigatório

​Aprimorar o ensino da Medicina, garantir a qualidade no atendimento aos pacientes e valorizar os bons profissionais médicos são objetivos do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) com a ação para tornar o exame para recém-formados obrigatório por lei.

Para isso, o órgão está realizando a Caravana pelo Exame Obrigatório, que passará, até o final do mês, por oito cidades e Capital. 

O intuito é divulgar o tema para as comunidades locais e colher assinaturas para o abaixo-assinado que, será levado ao Congresso Nacional.

O presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, que acompanhou a ação junto de diretores, conselheiros e delegados, pontua que o exame é realizado há 13 anos no Estado de São Paulo, em caráter facultativo, e a ideia do Conselho é sensibilizar a população da importância de tornar esse exame obrigatório em nível nacional.

“Nós defendemos que aconteçam avaliações externas ao final do segundo ano da faculdade e no final do quarto ano. Ambos não seriam reprobatórios, mas apontariam as possíveis deficiências das faculdades, para que haja uma mudança e uma correção de percurso. Ao final do sexto ano, o aluno prestaria o exame e teria de passar para adquirir o seu registro profissional”, explica Camarim.

Segundo ele, já tramita no Congresso Nacional, desde 2017, um projeto de lei que fala do exame somente terminal.

“Propusemos para o Congresso um substitutivo, que trata da avaliação periódica. Tudo isso é para melhorar a qualidade de nossos profissionais. Assim, ganham as faculdades, os médicos e, principalmente, a sociedade que ganha profissionais mais bem qualificados”, completa.

ÍNDICES BAIXOS

Camarim ainda pontua que a importância da obrigatoriedade do teste fica nítida quando analisados os baixos índices de aprovação dos alunos recém-formados que se propuseram a realizar as provas facultativas nos últimos anos.

“Até 2016, o índice de aprovação dos alunos recém-formados não passava a casa dos 50%. Isso nos preocupou muito. Em 2017, 65% deles conseguiram alcançar a nota mínima e passar pelo exame, mas buscamos atingir 85%, que é o aceitável em um País como o Brasil. Nos EUA, por exemplo, a média de aprovação é mais de 95%, também queremos buscar esse índice”.

SEM NOVOS CURSOS

Outra preocupação do Conselho é quanto à crescente abertura de novos cursos de Medicina no Brasil. O País, atualmente, já conta com 312 escolas médicas e mais 31 autorizadas para serem abertas, perdendo apenas para a Índia, que tem mais de seis vezes a população do Brasil e 366 cursos de Medicina, segundo Camarim.

“Essa é uma política arriscada e até um pouco irresponsável, que mexe com a quantidade, mas deixa a desejar na qualidade. Somos completamente contrários a essa abertura indiscriminada, tanto que fizemos algumas ações com ajuda de outras entidades. Isso fez com que o Governo Federal assinasse uma portaria que não autoriza a abertura de novos cursos durante os próximos cinco anos”, conclui.

PARA APOIAR

Além do abaixo-assinado, a campanha do exame obrigatório para a Medicina também conta com uma petição online, que pode ser acessada no http://www.exameobrigatorio.com.br

Redução de falhas

Com o ensino mais criterioso, o presidente do Cremesp acredita que os profissionais devam estar melhor preparados, reduzindo as chances de falhas no atendimento.

“Temos denúncias de possíveis más práticas, inclusive, com aumento no número de processos nos conselhos regionais em todo País, principalmente, por médicos que estão na linha de frente. E grande parte deles envolveme médicos recém-formados, que acabam ficando mais expostos, aumentando o número de processos em relação a eles. Mas, o que podemos dizer é que o Brasil é tido como um País de Medicina de excelência em muitas áreas e que Bauru também apresenta esse reconhecimento, não só pela população do Estado de São Paulo, mas pela brasileira”, conclui Lavínio Nilton Camarim.


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