Brasil registra mais de 1300 acidentes de origem elétrica, quase 600 fatais

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 02:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:28
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Pesquisa revela número alarmante de vítimas de choques elétricos. Nos últimos anos na região, 24 foram fatais

Uma pesquisa divulgada no terceiro trimestre de 2017 pelo Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) mostrou que em 2016, 599 pessoas morreram vítimas de choques elétricos em todo o País. Desses, 171 foram acidentes domésticos. O órgão admite, no entanto, que o número pode ser ainda maior, uma vez que não há dados oficiais sobre óbitos por acidentes elétricos no Brasil. 

No último mês de novembro, a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), que atende 234 municípios do interior de São Paulo, realizou algumas ações preventivas em cidades da região de Franca para alertar a população sobre os riscos de choques elétricos e acidentes que podem ser fatais.

Orientações sobre o risco de empinar pipas próximo da fiação elétrica, do uso de cabos energizados para pendurar enfeites durantes datas comemorativas, principalmente na época de Natal e Ano Novo, das ligações elétricas clandestinas ou sem conhecimento, além de orientar e dar dicas para profissionais liberais e autônomos, como pintores, calheiros, colocadores de painéis, eletricistas particulares e trabalhadores da área rural, foram feitas pela equipe especializada.

Outro fator determinante para evitar acidentes elétricos diz respeito às condições das instalações elétricas, principalmente as residenciais. No Brasil, as instalações elétricas devem ser construídas, reformadas, verificadas e consertadas com base nas normas técnicas publicadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, como por exemplo, as normas ABNT NBR 5410/2004 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão, ou ABNT NBR 14039/2005 – Instalações Elétricas em Média Tensão. Contudo a realidade é que parte destas instalações, principalmente as prediais, não seguem as normas e podem oferecer riscos aos seus usuários.

Uma pesquisa realizada pela Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) e pelo Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre), realizada em 1100 domicílios, entre 2013 e 2016, demonstrou que ao menos um item não atende à norma técnica. Outro dado é em relação ao uso do Dispositivo Diferencial Residual, que atua para garantir segurança quando houver uma possibilidade de choque elétrico em tomadas, encontrado somente em 21% das casas.

A Associação e o Instituto utilizaram dados parciais, coletados via sistema de alertas da internet e redes sociais e chegaram a computar desta forma 1319 acidentes de origem elétrica no Brasil, no ano passado, sendo 599 destes, fatais.

Não só no Brasil as instalações elétricas em âmbito doméstico provocam preocupação. Nos Estados Unidos segundo a Associação Nacional de Proteção ao Fogo (NFPA) 57% das casas americanas entre 2010 e 2014 tiveram uma situação de fogo resultante do mau funcionamento de fiação, luz ou transferência de energia. Somente os estragos de fiação foram responsáveis por 69% dos casos de incêndio, 56% das mortes e 66% dos custos associados a estragos residenciais. 

Considerando os anos de 2014, 2015 e 2016, foram contabilizados 172 acidentes – sendo 42 fatais – na rede elétrica das distribuidoras da CPFL Energia, em diferentes cidades da região, apenas um fatal. Até a primeira quinzena de outubro de 2017, a CPFL havia contabilizado 68 acidentes considerando todas as cidades atendidas. Do total, 24 foram fatais.


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