Horário de verão cada vez mais distante: estudo não identifica economia de energia

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 24 de outubro de 2021 às 06:30
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Documento feito a pedido do Ministério de Minas e Energia diz que redução no consumo à noite é anulada por alta em outros períodos

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não identificou benefícios relevantes em um eventual retorno do horário de verão.

O mecanismo de adiantar uma hora nos relógios para aproveitar os dias mais longos foi extinto pelo próprio governo Bolsonaro em 2019.

A conclusão faz parte de um estudo realizado pelo ONS a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME).

A pasta solicitou a avaliação de “eventuais benefícios da aplicação do horário de verão”, diante da “atual conjuntura de escassez hídrica”.

Em nota, o Ministério de Minas e Energia informou que não vai retomar o horário de verão.

“O Ministério entende não haver benefício na aplicação do horário de verão e que as medidas do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética são suficientes para garantir o fornecimento de energia elétrica na transição do período seco para o período úmido”, diz o texto.

O estudo do ONS

Segundo o estudo do ONS, o retorno do horário de verão não traria economia de energia, já que a redução do consumo no início da noite acaba sendo anulada pelo aumento do consumo em outros períodos do dia.

“A elevação da temperatura a partir de setembro acarreta o aumento do consumo de energia devido ao uso de aparelhos de refrigeração nas madrugadas até o início da manhã, durante às tardes e nos horários ampliados do comércio”, diz o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, em ofício enviado ao MME.

Porém, caberá ao Governo Federal definir se aplicará ou não a medida, considerando impactos em outros setores da economia, além da energia.


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