Ao menos 4,2 mil adolescentes sem comorbidade foram internados com covid no Brasil

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 18 de setembro de 2021 às 10:00
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Na pediatria, os adolescentes são o grupo com maior incidência de comorbidades, então são mais acometidos pela covid-19

Desde o início da pandemia, 7.063 adolescentes foram internados com covid-19 no Brasil.

A publicação é do jornal O Estado de São Paulo.

Destes, 60% eram jovens saudáveis, sem nenhum fator de risco para a doença. O número de óbitos entre pessoas de 12 a 17 anos já chega a 657 e especialistas ressaltam que os sobreviventes ainda precisam se recuperar das sequelas.

Recomendação

Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e especialistas recomendem a vacinação de todos os adolescentes entre 12 e 17 anos, o Ministério da Saúde decidiu nesta semana desaconselhar a aplicação para os jovens dessa faixa etária sem comorbidade.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu na quinta-feira (16), que o pedido para rever a orientação partiu do presidente Jair Bolsonaro. Cidades e Estados se dividiram sobre seguir a diretriz federal.

“Na pediatria, os adolescentes são o grupo com maior incidência de comorbidades, então são mais acometidos pela covid-19”, diz Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

A médica afirma que as mortes por covid-19 entre os menores de 18 anos se concentram, principalmente, em adolescentes e bebês com menos de um ano.

Sem fator de risco

Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe do Ministério da Saúde compilados pelo Estadão mostram que 4.283 adolescentes sem comorbidades foram internados com covid-19 em todo o País.

Além disso, um em cada três jovens mortos pela doença não tinha nenhum fator de risco, como diabete, obesidade ou síndrome de Down, entre outros.

Os dados do Ministério da Saúde apontam que 715 gestantes e puérperas menores de 18 anos foram internadas com covid-19 no Brasil. Destas, 38 morreram.

Nesta sexta-feira, 17, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia manifestou sua discordância sobre a decisão do ministério.


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