Cultura de Guaíra lança nesta quinta, 02, às 19h, exposição sobre Pindoba

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  • Publicado em 1 de março de 2017 às 18:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:07
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Mostra “Os Caminhos da Fé e as Crenças de um Povo” que fala sobre o escravo estará na Casa da Cultura

O Departamento de Cultura de Guaíra promove nesta quinta-feira, 2 de março, a partir das 19h, na Casa de Cultura “Professor João Augusto de Mello”, o lançamento da exposição itinerante “Os Caminhos da Fé e as Crenças de um Povo”, dedicada a retratar a história do Escravo Pindoba.

A mostra que ficará na cidade por dois meses, é desenvolvida numa parceria da Prefeitura, por intermédio do Departamento de Cultura e da Associação Cultural Águas Correntes. Os 26 quadros fotográficos que compõem a mostra são de autoria do professor de fotografia da associação, Leandro Duarte e de seus alunos.

Imagens capturadas durante a romaria anual que ocorre à capela dedicada ao Escravo Pindoba todo dia 20 de janeiro, feriado de São Sebastião, o padroeiro da cidade.

Para o chefe do Departamento de Cultura, professor, Sidney Ferreira dos Santos a peregrinação representa uma parte significativa da história da cidade.  A romaria à capela do Pindoba, apesar de todo o cunho religioso, é manifestação da cultura popular. “O processo que levou a exposição, além do resgate histórico e cultura, teve como objetivo a colher acervo para o nosso ‘Museu Maria Carolina Alves’”, relata Sidney já projetando a expansão da empreitada.

O departamento de Cultura já planeja outras ações de registro e difusão da cultura popular. Está na alça da mira da pasta a Festa de Santa Luzia, que ocorre no sítio de mesmo nome no dia da santa, dia 13 de dezembro e, segundo relatos tem mais de 100 anos.

São José do Albertópolis  – Guaritá – também será objeto de estudo Cultura Municipal, o bairro rural, segundo relatos orais seria mais velho que a própria cidade e importante rota de transporte de gado para o norte de São Paulo e Triângulo Mineiro, no início do século passado.

PINDOBA

Prega a história popular no que final do século XIX, antes mesmo de Guaíra ser cidade, Pindoba era um escravo em uma fazenda na região de Morro Agudo.

Num dado momento ele foi condenado ao exílio em Minas Gerais, e aí a história se divide em duas vertentes. Uma aponta para um caso amoroso entre o escravo e a filha do fazendeiro e a outra para o sumiço de dinheiro na sede da fazenda. Em ambos os casos a pena seria a morte de Pindoba. Mas, numa peculiar “benevolência” e por ser Pindoba um dos cativos mais queridos, a pena capital foi convertida na extradição para o estado de Minas Gerais.

No entanto no trajeto que passava pelo município de Guaíra, mais especificamente pela estrada do Guaritá, os capangas do fazendeiro resolveram maltratar o escravo, o enterrando vivo, somente com a cabeça de fora, onde ficou até a morte.

Esta perversidade teria ocorrido na altura da Fazenda Santiago, onde hoje há uma capela destino de peregrinação de romeiros que atribuem ao escravo o título de milagreiro.

CURIOSIDADE

Pindoba ou Pindova, nome científico Attalea oleifera também conhecida como Attalea compta é espécie de palmeira típica das regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, sendo muito comum em Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Esta espécie ocorre desde a faixa litorânea até a faixa de transição para a caatinga ou o cerrado, ocorrendo também nos brejos de altitude.

A árvore possui até 25 metros de altura e tronco com 30–48 cm de diâmetro, com folhas de até 4–8 metros de comprimento. Essa espécie é indicada para paisagismo, e suas folhas são usadas também para cobertura de casas rústicas.

 As amêndoas, sementes, produzem óleo comestível de boa qualidade que também é utilizado para iluminação e produção de sabões. Indivíduos adultos de tamanho médio dessas palmeiras podem ser transplantados sem maiores problemas.

Sua extensa exploração e diminuição dos animais depressores coloca palmeira na lista das espécies ameaçadas.



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