18 mulheres morrem todos os dias no Brasil com câncer de colo de útero

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 22 de março de 2024 às 10:00
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46 mulheres são diagnosticadas todos os dias com a doença no Brasil, mostra estatística do Ministério da Saúde; 18 morrem

Cerca de 17 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil anualmente, conforme dados do Ministério da Saúde.

Esse tipo de câncer, que ocupa o terceiro lugar entre os mais comuns em mulheres brasileiras, resulta em aproximadamente 6.500 óbitos por ano no país, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). As principais vítimas são mulheres negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.

Para reduzir esses números, a campanha do Março Lilás se dedica a conscientizar e prevenir o câncer de colo de útero, educando as pessoas sobre fatores de risco, sintomas, métodos de detecção precoce e opções de tratamento disponíveis para essa forma de câncer.

A campanha também busca reduzir o estigma associado ao câncer de colo de útero e promover o acesso igualitário aos serviços de saúde relacionados ao seu diagnóstico e tratamento.

O que é o câncer de colo de útero?

O câncer de colo de útero é uma condição maligna que afeta a região do colo do útero, principalmente devido à infecção pelo vírus HPV.

Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres em todo o mundo, atrás do câncer de mama, do câncer de cólon e reto e do câncer de pulmão.

As principais vítimas são mulheres negras, pobres e com baixos níveis de educação formal. O colo do útero está situado entre a vagina e o útero.

A biomédica e professora dos cursos de Ciências da Saúde da Faculdade Una – que integra a Ânima Educação –, Allana Souza, explica que o câncer do colo de útero está intimamente relacionado com a infecção do vírus HPV, dependendo sempre do subtipo e da carga viral na infecção.

Fatores de risco

“A vacinação permite que se reduza os níveis de infecção pelo HPV, reduzindo o principal fator de risco para o desenvolvimento desse câncer. É observado que a vacinação em meninas de 9 a 14 anos sem início de vida sexual se mostra eficaz na proteção da saúde delas”.

Além da infecção pelo HPV, existem outros fatores de risco, geralmente associados à comportamentos que comprometem a imunidade ou dizem respeito ao desenvolvimento sexual.

“Alguns deles são a iniciação sexual precoce, a prática sexual com múltiplos parceiros, o uso de contraceptivos orais e o tabagismo”, elenca a professora.

Diagnóstico precoce e tratamento

O câncer de colo de útero pode ser silencioso no seu estágio inicial, tornando o diagnóstico precoce fundamental.

Souza alerta que a doença possui um desenvolvimento de velocidade baixa, podendo passar despercebida no início, e que os sintomas surgem com a evolução do câncer: “são observados, principalmente, sangramento vaginal ao acaso ou depois da relação sexual e dor na região do útero e abdômen”.

Por esse motivo, a professora destaca a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer de colo de útero.

Papanicolau

“O rastreamento inicial é muito importante. O exame preventivo do câncer de colo de útero, que é o Papanicolau, permite que sejam observadas alterações iniciais da doença e, consequentemente, uma efetiva inibição e progressão da doença”.

Ela complementa que é necessário realizar o exame com frequência, mas que, após dois anos consecutivos sem alterações observadas, a mulher pode aguardar até três anos para repetir o exame”.

Quanto aos tratamentos disponíveis para mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero, a biomédica ressalta a necessidade de uma abordagem individualizada.

“Normalmente, é necessário realizar a retirada das lesões mais graves por eletrocirurgia e realizar radioterapia em centros especializados, mas o tipo de tratamento dependerá sempre do tamanho do tumor, nível de desenvolvimento, idade da mulher e se ela pretende preservar a fertilidade. Ou seja, o tratamento será sempre individual, considerando os fatores pessoais e preservando ao máximo a saúde e integridade da paciente”, conclui Souza.


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