Cresce a estimativa de casos de câncer colorretal em 2019, 2º tipo mais letal

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  • Publicado em 12 de setembro de 2019 às 11:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:49
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São 15 mil óbitos por ano; estima-se que 90% dos mais de 30 mil casos poderiam ser evitados com prevenção

Considerado
um dos tumores de maior incidência no Brasil e no mundo, o câncer colorretal,
também conhecido como câncer do cólon ou do intestino, é a terceira maior causa
de mortes por câncer no País, somando quase 15 mil óbitos por ano. Na frente
estão apenas os cânceres de próstata, de mama e de pulmão. De acordo com o INCA
(Instituto Nacional do Câncer), a estimativa é de aproximadamente 36 mil novos
casos da doença em 2019, sendo mais de 17 mil em homens e quase 19 mil em
mulheres. Apesar dos números serem assustadores, é possível detectar o tumor em
seus estágios iniciais, quando a possibilidade de cura chega a 90%.

O câncer
colorretal se dá pela presença de tumores que acometem o intestino grosso, mais
precisamente o cólon e o reto. Segundo Aline Angélica Porto, oncologista
do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz, não existe uma única causa definida
para o aparecimento deste tumor, mas há fatores como estilo de vida, idade ou
herança genética que aumentam o risco de ocorrência. “Podemos dividir
esses fatores entre aqueles que podemos mudar, como a obesidade, excesso de
álcool, consumo excessivo de carne vermelha – principalmente processada,
tabagismo e sedentarismo; e os que não podemos mudar, como a idade – a partir
dos 50 anos, risco genético, diabetes e doenças inflamatórias
intestinais”, alerta a especialista.

Em sua
grande maioria, os tumores são benignos na fase inicial e crescem lentamente,
podendo levar anos até o estágio avançado da doença, quando aparecem os
primeiros sintomas. Mesmo com o aumento no número de casos, o diagnóstico é
simples, feito por meio de exames que avaliam a presença de sangue oculto nas
fezes. Por ser uma doença silenciosa, esses exames devem ser realizados pelo
menos uma vez por ano e, caso apontem anomalias, é indicado uma colonoscopia.
Quando realizados de forma precoce podem garantir até 90% de chance de cura.
“É recomendado que as pessoas com mais de 50 anos façam a colonoscopia. Em
casos de suspeita clínica ou histórico familiar que sugira síndromes
hereditárias, esses exames precisam ser feitos imediatamente, independentemente
da idade”, explica a médica.

A doença
pode ser silenciosa ou manifestar-se através de mudança no hábito intestinal. É
preciso estar atento há sinais como diarreia e sangramento nas fezes, que são
os sintomas mais comuns dos tumores do lado esquerdo do intestino. Podem
ocorrer ainda dores abdominais e até uma obstrução completa do intestino.

Tratamento

Segundo Rogério Palma, cirurgião do aparelho digestivo Hospital Brasil, da Rede
D’Or São Luiz, o tratamento deste tipo de câncer varia de acordo com cada caso,
levando em conta a localização do tumor, tamanho, extensão e o organismo do
paciente. Quando localizado no reto, por exemplo, o tratamento adotado é
chamado de neoadjuvante (antes da cirurgia) e pode ser realizado com
radioterapia e quimioterapia antes de uma possível cirurgia. Já no colón, caso
não tenha se espalhado para outros órgãos, adota-se um método chamado adjuvante
(depois da cirurgia), no qual o tratamento cirúrgico é a principal opção,
antecedendo a rádio e quimioterapia, reduzindo a probabilidade da recorrência
da doença e aumentando as taxas de cura.

“Existem
estudos que apontam com otimismo o tratamento neoadjuvante no tumor do reto.
Nesses casos, a administração da quimioterapia e da radioterapia antes dos
procedimentos cirúrgicos apresentou a regressão completa dos tumores em 20% dos
casos”, conta Palma. Além disso, o médico aponta outro tratamento que vem
apresentando grandes resultados. “Em termos de cirurgias, os robôs vieram
para revolucionar. Em pacientes obesos, por exemplo, as cirurgias robóticas,
procedimentos minimamente invasivos, estão sendo cada vez mais frequentes,
principalmente na retirada de tumores retais. Além disso, também temos a
laparoscopia, que vêm mostrando excelentes resultados oncológicos. Ambas
apresentam benefícios de melhor visualização e dissecção do tumor”, finaliza
o especialista.


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