Veja a diferença entre tontura e vertigem, terceiro sintoma no Pronto-Atendimento

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 19:00
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Especialista explica as diferenças entre os sintomas que atingem cerca de 40% dos brasileiros e destaca a importância de procurar um médico

Você já sentiu o mundo rodar? Ou ainda uma sensação de desequilíbrio inesperada? Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, a tontura é o terceiro sintoma mais comum em Pronto-Atendimento, ficando atrás apenas de queixas de febre e dor.

No Brasil, cerca de 40% da população relata os sintomas, geralmente classificados como tontura. O que a maioria não sabe é que muitas vezes pode estar com vertigem. Mas, afinal, existe diferença entre tontura e vertigem?

Gabriela Serrano Faria, fisioterapeuta parceira da Bem te quero 60+ e especialista em reabilitação vestibular, explica que tontura e vertigem são conceitos distintos e a diferença reside na maneira como o paciente descreve a sensação causada pelo sintoma.

De acordo com a profissional, a tontura pode se manifestar de diversas formas, incluindo a sensação de instabilidade corporal, desequilíbrio ou atordoamento, enquanto a vertigem, também chamada de tontura rotatória, se caracteriza por uma falsa sensação de movimentação do ambiente, como se as coisas estivessem rodando.

Movimentos abruptos

Acima dos 60 anos é fundamental ter atenção e cuidado com movimentos abruptos que possam desencadear tontura ou vertigem (como levantar-se rapidamente do sofá ou de uma cadeira), pois podem desencadear desequilíbrios e quedas.

De acordo com a fisioterapeuta, indivíduos que têm episódios de tontura ou vertigem devem buscar atendimento médico para investigação diagnóstica, uma vez que a tontura ou a vertigem não é a doença em si, mas um sintoma. Estudos indicam que há mais de 300 tipos de tontura e mais de duas mil causas diferentes.

As tonturas relacionadas à pressão baixa estão associadas ao sistema cardiovascular e não necessariamente ao sistema vestibular – órgão sensorial que exerce um importante papel na manutenção do equilíbrio do corpo. Os sintomas incluem sensação de fraqueza, desmaio, sudorese e visão escurecida.

“Nestes casos é essencial consultar um cardiologista e realizar uma ampla investigação médica para avaliar as causas da hipotensão”, pontua a especialista.

Vertigem posicional

Já a vertigem geralmente está relacionada a problemas no sistema vestibular, que pode ser do labirinto em si ou de suas conexões cerebrais. Cerca de 70% dos casos de vertigem são causados pela VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna), uma condição em que cristais no labirinto se deslocam.

O diagnóstico baseia-se na anamnese sugestiva, na qual são coletas informações e percepções do paciente e no exame físico direcionado, sendo o tratamento realizado por meio de manobras para reposicionar esses cristais.

“Conhecer o diagnóstico é crucial para a eficácia do tratamento. A reabilitação vestibular desempenha um papel fundamental no gerenciamento dos sintomas e no processo de compensação vestibular. Os familiares e cuidadores de pessoas idosas devem acolher essa queixa, pois a tontura muitas vezes é considerada um sintoma comum do envelhecimento, mas não é! Trata-se de um sintoma incapacitante que gera impacto emocional, social e funcional no paciente”, enfatiza Gabriela.

Cinco pontos de atenção:

01. Manter uma hidratação adequada;

02. Evitar períodos prolongados de jejum e manter uma alimentação balanceada, evitando álcool;

03. Observar atentamente as características da tontura para auxiliar em um diagnóstico preciso. Qual a sensação do sintoma? Há desequilíbrio? Sente pré-síncope ou atordoamento? Qual a duração das crises (minutos, horas, dias)? Há sintomas associados (zumbido, ouvido tampado, náuseas, vômito, quedas, dificuldade de marcha)?

04. Caminhadas ao ar livre são recomendadas, mas atenção ao risco de quedas;

05. Buscar a ajuda de um profissional especializado, pois idosos com tontura têm até 8 vezes mais risco de quedas.


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