Psiquiatra explica a diferença entre tristeza e descontrole emocional; veja aqui

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 9 de abril de 2021 às 18:00
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“A Covid-19 tem ativado diversas emoções: medo, receios, expectativas, frustrações. Todas as pessoas estão, de alguma forma, mais vulneráveis a qualquer gatilho”

Tristeza e descontrole emocional são coisas diferentes, mas muito parecidas

 

No início da tarde da quinta-feira (8), a jornalista Maria Beltrão chorou ao vivo no GloboNews ao noticiar o caso do garotinho Henry, que no último mês ganhou destaque na mídia de todo o Brasil.

Ao reportar as reviravoltas do crime, que ganhou novos contornos, ela não segurou as lágrimas e pediu desculpas pelo “descontrole emocional”.

Na web, não faltaram elogios à postura da profissional.

“Se a Maria Beltrão não conseguiu conter a emoção diante do que foi divulgado hoje, imagina a gente?”, escreveu um usuário do Twitter. “O choro da Maria Beltrão é o nosso choro. Tá pesado”, comentou outro.

Para o psiquiatra Alisson Marques, a reação da jornalista, aplaudida nas redes sociais, reflete a importância de diferenciar tristeza do que ela chamou de descontrole quanto aos próprios sentimentos.

Segundo o especialista, é comum se sentir tocado por esse tipo de informação, principalmente em tempos de pandemia de coronavírus.

De acordo com o psiquiatra, esse comportamento não é indício de um descontrole emocional. Muito pelo contrário. Mostrar vulnerabilidade, em uma realidade tão delicada, é o que há de mais humano.

“A Covid-19 tem ativado diversas emoções: medo, receios, expectativas, frustrações”.

“Elas têm se apresentado em todas as áreas da nossa vida, nas relações familiares, nas relações conjugais, no trabalho, no mundo acadêmico. Todas as pessoas estão, de alguma forma, mais vulneráveis a qualquer gatilho ou elemento que ative alguma memória e insegurança”, salienta.

Situações corriqueiras do dia a dia podem ativar essas sensações e deixá-lo mais choroso ou ansioso.

Isso é uma resposta natural do organismo a situações de estresse que estamos vivendo, em nível crônico. “São emoções naturais, seria muito estranho se todos estivéssemos indiferentes a essa situação”, emenda.

Ele ressalta, no entanto, que é preciso ficar de olho se essas tristezas esporádicas acontecem com muita frequência, a ponto de atrapalhar a vida e a rotina.

“Procure um profissional para ver se há algum transtorno instalado, como ansiedade ou depressão”, diz.

Segundo Alisson Marques, um dos sinais de alerta é se esse tipo de vivência acontece com uma frequência maior do que você gostaria.

Caso contrário, acolha a angústia, cerque-se de quem ama (respeitando, é claro, os protocolos de segurança da Organização Mundial da Saúde) e entenda que isso irá passar.

*Informações Metrópoles


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