Papa Francisco ganhou par de sapatos produzido em Franca em 2022

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 22 de abril de 2025 às 12:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Bispo Paulo Roberto Beloto entregou presente ao Papa Francisco em 2022, quando esteve no Vaticano: ‘Grata alegria’

Papa Francisco, falecido na última segunda-feira, 21, recebeu par de sapatos produzido em Franca – foto Arquivo Pessoal

 

Em 2022, o bispo Paulo Roberto Beloto, da Arquidiocese de Franca, esteve com o papa Francisco no Vaticano e, na ocasião, entregou em mãos um presente especial: um par de sapatos produzido em Franca.

A cidade é uma das principais produtoras de calçados do Brasil.

O encontro era uma visita ad limina, que é uma visita obrigatória que os bispos diocesanos precisam fazer a cada cinco anos e consiste em viajar a Roma, se encontrar com o Papa e passar pelos túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo.

Além da Província de Franca, bispos das províncias de Campinas e Botucatu também estiveram presentes na mesma visita e cada um levou um presente significativo.

“Foi uma grata alegria, primeiro poder fazer essa visita ao papa Francisco. Faz parte do ministério do bispo essa visita e é um momento de celebrar nossa comunhão com o Santo Padre, e também rezar no túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo. Então, nós aproveitamos”.

Segundo o Beloto, a tradição dos bispos de Franca de presentear o Santo Padre com pares de sapatos começou com Dom Diógenes.

“Já é uma tradição antiga aqui da Diocese de Franca, quando Dom Diógenes estava vivo, ele levava pares de sapatos ao papa que agora é santo, São João Paulo II. E nós tivemos essa ideia também de levar ao papa Francisco um par de sapatos, e ele acolheu com muita alegria”.

Papa jovial e alegre

Beloto lembrou da visita com emoção e disse que o papa Francisco foi muito acolhedor.

“Ele sempre foi muito jovial, muito alegre, muito acolhedor, sempre fazendo humor, até na doença. Ainda mais nessa ocasião, quando recebeu esses pares de sapato. Para nós, foi uma grata alegria, de a gente poder deixar um pedacinho de Franca lá no Vaticano”.

A visita durou duas horas e marcou a vida do bispo para sempre.

“Isso marcou muito pra mim pessoalmente, esta visita que fizemos. Depois nós tivemos também uma conversa longa, nós bispos com o papa Francisco. tenho saudade dessa experiência”

O bispo disse que sentiu a morte de Francisco, mas não ficou desolado.

“O próprio papa falou que nós temos de reanimar a esperança e sempre transmitiu isso no seu jeito, nos pequenos gestos, na acolhida a crianças, jovens, adolescentes, famílias, idosos e também nós bispos, os padres”.

Primeiro papa latino-americano

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu em casa, aos 88 anos, na última segunda-feira (21). O pontífice ficou conhecido pelo perfil carismático e pelas reformas que promoveu na Igreja Católica.

Ao longo da carreira, antes de ser papa, o argentino também estudou química e trabalhou como professor. Nascido em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história.

Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia de seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.

À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu.

Mas a carreira no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso, filho de imigrantes italianos, acabou se dedicando aos estudos eclesiásticos.

O perfil jovial e descontraído do religioso fez com que ele se tornasse uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha ideal para a Igreja, que vivia um de seus momentos mais delicados.

*Fonte G1


+ Cotidiano