Mito ou verdade: comer açúcar quando tem formiga faz mal? Saiba os riscos

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 22 de outubro de 2023 às 07:00
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O inseto que parece inofensivo pode ser tão nocivo quanto a barata e causar diarreia, cólicas, náuseas, vômitos e febre

Será que comer açúcar quando tem formiga faz mal? Foto Freepik

 

Você já se perguntou se aquela formiga que estava no pote de açúcar ou que achou em algum doce da casa pode ser um perigo para a saúde?

Um dos insetos mais populares, a formiga (pertencente à família Formicidae da ordem Hymenoptera) é muito comum nos lares e é conhecida pela organização e histórias sobre carregar alimentos mais pesados do que elas.

Só que elas não levam só as comidas de um lado para o outro. O que pouco se sabe sobre esse bichinho é que ele pode trazer sérios problemas causados por fungos e bactérias, e ser tão contagiosas quanto uma barata.

Não é comum ver alguém tirar uma barata de cima de algum alimento e consumi-lo em seguida sem pensar que a saúde pode estar em risco.

Este inseto, que causa repulsa em muitas pessoas, tem atração por doces, alimentos gordurosos e de origem animal. Já o cardápio das formigas é um pouco mais amplo.

“Tanto a barata quanto a formiga são insetos e podem contaminar os alimentos da mesma maneira porque ambos são vetores que transmitem doenças infecciosas”, alerta a nutricionista Priscilla Primi Hardt, especialista em reeducação alimentar, emagrecimento, suplementação e qualidade de vida.

Possíveis riscos

Um dos principais problemas que os alimentos contaminados através de formigas podem causar é a gastroenterite, uma infecção intestinal marcada por diarreia, cólicas, náuseas, vômitos e febre. Além disso, dependendo da quantidade de bactérias e do tipo, também pode deflagrar febre e dor no corpo.

De acordo com a nutricionista, por ser um vetor, a formiga transporta diferentes tipos de bactérias e fungos como Bacillus spp., Candida sp., Enterobacter sp., Enterococcus sp., Pseudomonas aeruginosa, Serratia sp., Staphylococcus aureus, Staphylococcus sp., Streptococcus viridans, incluindo cepas multirresistentes de Acinetobacter sp., Klebsiella sp. e Streptococcus sp.

E se tirar a formiga, pode comer?

A especialista em nutrição orienta que, mesmo que seja retirada a formiga do alimento, não é indicado consumi-lo.

“É praticamente a mesma coisa consumir um alimento em contato com formiga e barata. Ambos são vetores que podem contaminar o alimento da mesma maneira”.

Pensando na quantidade de fungos e bactérias que podem estar presentes, comer um alimento com formiga pode ser tão prejudicial quanto comer um alimento passado na sola dos sapatos que caminhamos nas ruas — levando em consideração que o inseto transita por toda a casa, inclusive pelo banheiro e lixeiras.

Cuidados a serem tomados

Para evitar a contaminação de alimentos por bichos, o ideal, segundo Priscilla Hardt, é armazena-los em utensílios específicos para alimentos e com tampas.

“Para as fruteiras ou alimentos que não ficam tampados, recomenda-se higieniza-los antes do consumo. Todos os alimentos que ficam expostos tem que se fazer a higienização correta para tirar a contaminação”.

O Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, indica quais são as higienizações ideais para eliminar as possíveis impurezas de micróbios e parasitas que podem estar presentes nos alimentos:

– Retirar as partes que não servem para consumos, como por exemplo as folhas danificadas da alface ou unidades ruins do cacho de uvas;
– Lavar frutas, verduras e legumes em água corrente. Se forem folhas, lavar uma a uma separadamente e, em seguida, colocar de molho em água clorada;
– Usar água sanitária (sem alvejante e perfume) com 1% de hipoclorito de sódio ou hipoclorito de sódio a 1%. Dilua 2 colheres de sopa para cada litro de água;
– Se a sua água sanitária (sem alvejante e perfume) for com 2,5% de hipoclorito de sódio ou hipoclorito de sódio a 2,5%, dilua 1 colher de sopa para cada litro de água.
– Atenção, é sempre importante conferir as instruções do fabricante dos produtos de limpeza.

*Informações O Globo


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