Em Franca, número de moradores de rua mais que dobrou nos últimos 4 anos

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 11 de julho de 2021 às 20:30
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Levantamento realizado pela Secretaria de Ação Social aponta que município tem cerca de 514 pessoas em situação crítica de vulnerabilidade

Segundo levantamento da Secretaria de ação social de Franca, a cidade possui atualmente, 514 moradores de rua

 

O número de pessoas que vive nas ruas de Franca dobrou de 2017 a 2020.

Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Ação Social, atualmente, são 514 pessoas nesta situação na cidade.

O dado evidencia o crescimento da vulnerabilidade econômica da população agravada pela pandemia.

Natural da Bahia, Eliomar de Oliveira vive há três meses em uma barraca improvisada montada na calçada.

Sem trabalho, ele sobrevive com doações e troca o dia pela noite por medo da violência.

“Eu separei da família e fui para Belo Horizonte. Acabei perdendo os documentos e cheguei no estado de São Paulo. Eu peço ajuda a algumas pessoas, eu vou no semáforo pedir umas moedinhas e vou vivendo. Não é muito fácil, mas dá para ir sobrevivendo. Eu durmo mais durante o dia, porque a noite é mais perigoso, pode ter alguém e fazer alguma coisa.”

Atenção pública

De acordo com a diretora municipal de Proteção Especial, Iara Guimarães, o aumento registrado não se restringe à Franca, mas a todo o país.

Ela ainda afirma que a pandemia de Covid-19 intensificou o problema, porque muitos perderam renda e até o mesmo emprego.

Segundo Iara, essa situação de vulnerabilidade deve ser atendida através de políticas de assistência social.

Para a diretora, que lida diariamente com o planejamento de iniciativas para intervir na problemática, é preciso pensar intervenções de caráter permanente.

“A política de assistência social não se restringe à população de rua. Quando se fala da política de assistência social, nós estamos falando de oferecer proteção social para combater desigualdades. É preciso pensar intervenção de caráter continuado e permanente”, diz.

Iara afirma que 128 pessoas estão acolhidas atualmente em três unidades de assistência no município – o Espaço Dignidade, o Centro Pop e o Abrigo Provisório.

“Uma das frentes da assistência social é dar essa primeira resposta. Em uma situação de calamidade para uma população em situação de rua que está mais exposta ao risco, é, por exemplo, o abrigo, a alimentação e o acesso à higiene”, diz.

Solidariedade

Voluntários também atuam para reduzir a precariedade das pessoas em situação de rua. Um grupo formado por médicos realiza arrecadações e distribuições de mantimentos.

O projeto ‘Franca contra a fome’ atua desde abril de 2020 e já conseguiu entregar mais de 70 toneladas de alimentos.

O médico Rodolfo Bartoci, voluntário do grupo, aponta que a existência de pessoas que foram morar nas ruas por falta de condições econômicas para sustentar suas casas é uma triste realidade no município.

“Pessoas se vêem em uma situação onde não têm condições de pagar um aluguel, de sustentar uma casa, de pagar água, energia e acabam indo para rua. Infelizmente, isso é uma realidade que existe aqui em Franca.”

O médico Rodolfo Bartoci, voluntário do grupo, aponta que a existência de pessoas que foram morar nas ruas por falta de condições econômicas para sustentar suas casas é uma triste realidade no município.

“Pessoas se vêem em uma situação onde não têm condições de pagar um aluguel, de sustentar uma casa, de pagar água, energia e acabam indo para rua. Infelizmente, isso é uma realidade que existe aqui em Franca.”

*Informações G1


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