Bactérias do intestino podem ser a causa da dificuldade em emagrecer

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de agosto de 2018 às 14:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:55
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Algumas pessoas não conseguem emagrecer por mais que pratiquem exercícios e façam dietas

Algumas pessoas não conseguem emagrecer independentemente
de quanto exercício pratique e de quanto restrinja a ingestão calórica. É o seu
caso? O motivo pode estar dentro de você, mais especificamente no seu intestino.
Segundo um estudo publicado na edição de agosto do periódico científico Mayo
Clinic Proceedings, as bactérias presentes nesse órgão – conhecidas como microbiota
– podem interferir (para o bem e para o mal) na perda de peso.

O objetivo de
cientistas da entidade americana Mayo Clinic era justamente entender quais
fatores podem impedir uma pessoa de eliminar os quilos extras, mesmo que ela
trabalhe para isso. Foram coletadas amostras da microbiota de 26 indivíduos
adultos com idades entre 18 e 65 anos, e o procedimento se repetiu três meses
depois. Os especialistas dividiram os participantes entre aqueles que
emagreceram no mínimo 5% do peso inicial e os que mantiveram o mesmo peso.

Após comparar os dois grupos, os pesquisadores
notaram que o intestino da turma que secou alguns quilinhos era povoado com
bactérias do tipo Phascolarctobacterium,
enquanto os que não tiveram alteração na balança apresentavam mais
micro-organismos do tipo Dialister.

Outra constatação dos estudiosos é que uma
microbiota com maior capacidade de metabolizar carboidratos pode
dificultar a perda de peso em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. “As
bactérias do intestino quebram partículas complexas dos alimentos, o que
garante energia e é bom para nós”, explica, em bota, Vandana Nehra, uma das
principais autoras do estudo. “Mas, para algumas pessoas que estão no processo
de emagrecimento, isso pode se tornar um obstáculo”, complementa.

Os autores ponderam, no entanto, que esses
resultados não são definitivos, já que o trabalho é pequeno. “Precisamos
realizar um estudo maior, mas agora temos um direcionamento de como buscar
estratégias para quem que luta contra a o excesso de peso”, afirma Purna
Kashyap, que também participou da investigação.


+ Saúde