Academia Francana de Letras renomeia cadeiras e presta homenagem a Patrícia e Joca

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 16 de dezembro de 2022 às 14:00
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Membros da Academia Francana de Letras durante reunião nessa semana

 

Membros da Academia Francana de Letras durante reunião nessa semana

Membros da Academia Francana de Letras participaram de uma Assembleia Geral Extraordinária na noite da última quarta-feira, 14, para deliberar sobre a renomeação de três das suas 40 cadeiras.

O encontro aconteceu na Casa da Cultura e do Artista Francano “Abdias do Nascimento”, e contou com a presença do presidente do órgão, José Lourenço Alves, e de outros nove acadêmicos: Lúcia Helena Brigagão, Carlos Roberto Goulart (“Carogo”), Silvio Garcia, Perpétua Amorim, Cirlene de Pádua, César Colleti, Baltazar Gonçalves, Tânia Mara Pinto e Bruno Piola.

O objetivo do encontro era o de decidir se os patronos de três cadeiras seriam substituídos por escritores que tivessem vínculo efetivo com Franca.

A primeira cadeira a ser deliberada foi a de número 12, cuja patronesse é Cora Coralina. A proposta, apresentada pela acadêmica Lúcia Helena Brigagão após sugestão de José Lourenço, era de substituí-la pela colunista social Sônia Pizzo, a Patrícia, falecida no ano passado. Lúcia é a atual ocupante da cadeira 12.

“Fiquei surpresa quando me foi pedida autorização para que ela [Patrícia] fosse a patronesse da cadeira que ocupo nessa casa de cultura. Fiquei surpresa e honrada. Surpresa, porque ela publicou um livro – de receitas! Honrada, porque a mulher que escreveu e registrou momentos de glória de nossa cidade e de cidadãos de todas as classes sociais deverá ser, no futuro, referência histórica para pesquisadores e futuros cidadãos francanos”, defendeu Lúcia durante a reunião.

Ela aproveitou para mostrar o livro de receitas escrito por Patrícia aos presentes. Colocada em votação, a troca de patronesses foi aceita por 7 votos a 2 (o presidente só vota em caso de empate).

As outras duas mudanças também foram aprovadas: por 7 votos a 2, o patrono da cadeira 14 deixou de ser Érico Veríssimo e passou a ser Moisés Maia.

Já a cadeira de número 34, por 8 votos a 1, terá como novo patrono José Eurípedes de Oliveira Ramos. Anteriormente, tal posição era ocupada pelo poeta parnasiano Olavo Bilac.

Moisés Maia, conhecido como o “poeta da enxada”, nasceu na cidade de Cruzília (MG) e viveu em Franca a partir da década de cinquenta. Faleceu em 1970, aos 73 anos.

José Ramos, conhecido como “Joca”, foi um dos membros fundadores da Academia Francana de Letras e um dos seus presidentes. Nasceu em Franca em 1937 e morreu em 2017, aos 80 anos de idade.

Formou-se em Direito e Economia, foi vereador na Câmara Municipal de Franca e secretário de Educação e Cultura na Prefeitura da cidade. Entre as suas obras literárias, estão “Direito Administrativo” (1969), “Macroeconomia” (1970), “Comentários à Lei Orgânica do Estado de São Paulo” (1971), “Retalhos” (2000) e “Retratos” (2004).

“As mudanças dos patronos das cadeiras foram muito importantes para a Academia, a qual sinaliza que valoriza personalidades locais da literatura. A homenagem à Patrícia também é um gesto em direção à diversidade. Ela era escritora mas se tornou muito mais conhecida como colunista social. Patrícia mereceu se tornar uma patronesse da Academia por ser uma pessoa destacada e um baluarte da nossa História”, comentou o presidente da Academia, José Lourenço Alves.


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