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Maior alta (0,32%) atingiu famílias mais pobres, revela pesquisa; alimento pesou bastante
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, do mês de junho, mostrou aceleração inflacionária na margem em todos os segmentos de renda pesquisados.
A maior alta foi para famílias mais pobres (0,32%), enquanto nas famílias mais ricas foi menor (0,21%). A informação foi divulgada nesta terçla-feira (14), no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O indicador apontou ainda que os alimentos tiveram impacto nos grupos, respondendo por 34% nos de menor poder aquisitivo, com destaque para o reajuste de 3,5% nos cereais, 1,2% nas carnes e 1,7% nos leites e derivados. Já entre os mais ricos corresponderam a 24% da inflação do grupo.
Todas as classes de renda receberam pressão do reajuste de 3,4% no preço dos combustíveis nos transportes, depois de registrar deflações consecutivas entre fevereiro e maio.
No entanto, para as famílias de maior poder aquisitivo, o impacto foi, parcialmente, anulado pelas quedas de 26% nos preços das passagens aéreas e de 14% no transporte por aplicativo.
Em sentido contrário, a queda de 0,34% das tarifas de energia elétrica provocou alívio sobre o grupo habitação para todos os segmentos pesquisados.
Os artigos de residência tiveram reajuste de 1,3% em junho e esse foi um item expressivo para as famílias mais pobres. Os maiores destaques da alta foram os subgrupos de aparelhos eletroeletrônicos (3,3%) e consertos e manutenção (1,2%).
Para o Ipea, isso reflete o aumento da demanda de bens e serviços impulsionados pela pandemia de covid-19. O aumento de 2,1% no preço dos consertos de bicicleta indica, segundo o instituto, que pode ter havido maior uso desse meio de transporte, tanto para evitar aglomerações quanto como instrumento de trabalho para entregadores.
Na visão do Ipea, parte da alta de 3,8% observada no segmento TV, som e informática está relacionada às novas formas de trabalho e lazer no domicílio.
As famílias de renda mais baixa (2,8%) foram as que sofreram maior impacto entre julho de 2019 e junho de 2020, apesar do acumulado em doze meses apontar impacto em todos os segmentos de renda.
Nas famílias mais ricas, a variação ficou em 1,6%. Na análise do acumulado do ano — de janeiro a junho de 2020 — a situação se repete. É mais amena para as famílias com maior poder aquisitivo, que tiveram queda de 0,24% em comparação com famílias de renda mais baixa com alta de 0,8%.