Sem contenção, morte por Covid-19 vai dobrar em 20 dias, diz estudo da USP

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de maio de 2020 às 18:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:42
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Enquanto não houver o pico dos casos, comunidades correm risco de um número cada vez maior de óbitos

Desde o dia 17 de março, quando o Brasil confirmou sua primeira morte por Covid-19, uma média de 185 pessoas sucumbiriam diariamente ao novo coronavírus.

Na última semana, inclusive, o país superou a marca dos 10 mil óbitos em todo o território, e nas próximas semanas a escalada de mortes pode acontecer de forma ainda mais rápida.

Simulações feitas por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apontam que o Brasil pode ver dobrar o número de mortes até o dia 5 de junho, ao passo que o número de infectados chegaria a 400 mil. 

Isso acontecerá caso não venham a ser tomadas medidas de contenção da transmissão do vírus.

O cálculo, feito pelo estatístico Carlos Alberto Bragança Pereira, especialista na área de aplicações médicas e biológicas de um grupo de pesquisa da USP, foi divulgado pelo jornal O Globo e tem a intenção de identificar quando o país atingirá o pico de infecções. 

A partir deste momento seria então possível, por exemplo, afrouxar as medidas de isolamento social, uma vez que a curva de morte e novos contágios entraria em declínio.

Em cada estado, no entanto, a Covid-19 apresenta um comportamento diferente. 

Como exemplo, os pesquisadores citam que, no Rio de Janeiro, o pico da doença pode acontecer em meados de agosto. Em São Paulo, por outro lado, a expectativa é que o pico ocorra no final deste mês.

De toda forma, estudos como este são importantes para debates, por exemplo, acerca da necessidade de um lockdown, que seria um isolamento social mais rígido. 

Ceará, Maranhão e Pará já adotaram a medida na região metropolitana de suas capitais. São Paulo e Rio de Janeiro podem ser os próximos. 

Ainda nos primeiros dias de planejamento para enfrentar o coronavírus, o diretor da Vigilância Epidemiológica de Franca, Homero Rosa Júnior, afirmou que haveria um pico dos contágios — a questão era saber quando.

Enquanto não houver o pico, qualquer medida de afrouxamento do isolamento pode ser ainda pior, porque haveria mais contágios, que poderiam resultar em mais mortes.


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