Copacabana Palace fecha pela 1ª vez em 97 anos em meio ao coronavírus

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de abril de 2020 às 15:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:35
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Só continuarão dois moradores: Andrea Natal, diretora do Grupo Belmond do Brasil, e o cantor e Jorge Ben Jor

Pela primeira vez em praticamente um século de existência, o Copacabana Palace fechou suas portas, de sexta-feira, 10, até pelo menos o fim de maio. 

O icônico hotel na Avenida Atlântica foi um dos últimos grandes símbolos da cidade do Rio de Janeiro a sucumbir à pandemia do novo coronavírus, depois de Corcovado, Pão de Açúcar e Maracanã, além de vários outros hotéis famosos.

Testemunha dos mais importantes momentos históricos dos últimos 97 anos, o hotel se manteve aberto e recebendo hóspedes durante a Revolução de 30, a Segunda Guerra Mundial, o suicídio de Getúlio Vargas, o Golpe Militar de 64, entre tantos outros.

Mas, diante da epidemia da Covid-19, que golpeou fortemente o setor do turismo, foi necessário suspender as atividades.

Para a manutenção do prédio, da famosa piscina, dos três restaurantes e dos 239 quartos, uma equipe reduzida de funcionários seguirá trabalhando lá dentro. 

Até porque o Copacabana Palace conta com dois moradores permanentes, o cantor e compositor Jorge Ben Jor, e a diretora-geral do grupo Belmond no Brasil, Andrea Natal, responsável pela administração do hotel. 

Os últimos hóspedes temporários deixaram o Copa na última segunda-feira, quando uma grade foi colocada em torno de todo o prédio.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), pelo menos 60 hotéis já tinham interrompido suas atividades na cidade, entre eles o Fasano, em Ipanema, o Sheraton Grand Rio, no Leblon, o Windsor Copacabana, no Leme, e Grand Hyatt, na Barra da Tijuca. 

Em balanço divulgado na última segunda-feira, a ABIH informou que a oferta de quartos na cidade caiu de 54 mil para cerca de 20 mil.

A taxa de ocupação dos hotéis que se mantiveram abertos é inferior a 5% e consiste basicamente em profissionais de saúde que querem se manter longe da família, idosos que precisam de isolamento e profissionais que precisam passar pela cidade a trabalho. 

De acordo com a Organização Mundial de Turismo, o setor foi um dos mais atingidos pela epidemia. A projeção para todo o ano é de que o fluxo de turistas sofra uma queda de 30% – o que equivale a uma perda de US$ 300 bilhões a US$ 450 bilhões.