Programa Residências Terapêuticas é lançado pela Secretaria de Saúde

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de setembro de 2019 às 22:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:51
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Em Franca, o programa beneficiará cerca de 100 pessoas que hoje vivem no hospital Allan Kardec

A Secretaria de Saúde de Franca lançou o programa Residências Terapêuticas, que faz parte da política nacional de saúde e prevê a desinstitucionalização e reinserção social dos egressos dos hospitais psiquiátricos.

Em Franca, o programa, que tem o apoio do governo federal, beneficiará cerca de 100 pessoas que hoje vivem no Hospital Allan Kardec mas que estão aptas para deixar a instituição, porém suas famílias, por algum motivo, não estão prontas para recebê-las.

O secretário de Saúde, José Conrado Netto, deu detalhes de como funcionará o programa. “Para o município estão previstas dez residências terapêuticas, sendo que cinco serão implantadas neste ano e as demais no próximo ano. São moradias destinadas a pessoas com transtornos mentais que permanecem em longas internações psiquiátricas e estão impossibilitadas de retornar para o convívio com suas famílias. São pessoas que estão no Hospital Allan Kardec de alta e que, por algum motivo, os familiares não querem recebê-las.”

O investimento da Prefeitura será de R$ 2,14 milhões para manutenção do programa. Inicialmente serão R$ 100 mil para cada residência para realizar reformas, se necessário, e compra de mobiliário. Além disso, cada residência terá um custo mensal de R$ 34 mil. Para tanto, será firmado um convênio uma entidade sem fins lucrativos que promover todo o serviço da Residência Terapêutica.

Os moradores poderão continuar fazendo acompanhamento e oficinas oferecidas pelo Caps III Florescer, no Jardim Milena. A seleção dos pacientes será feita por uma equipe que avaliará quais estão prontos para mudar para as residências já nesta primeira etapa.

O presidente do Hospital Allan Kardec, Mário Martinez, comemorou a implantação do programa. “Essa é uma lei antiga, mas Franca ainda não tinha condições de promover essa desinstitucionalização. Atualmente, temos 300 leitos, sendo 104 moradores que estão em alta, mas estão morando no hospital há mais de dois anos. Não pode ser mais desta forma, porque hospital não é lugar para se morar. Estamos muito felizes com a parceria firmada com a Prefeitura que, no ano passado, já foi possível inaugurar o Caps Florescer e agora estamos num momento propício para implantar as Residências Terapêuticas para socializar essas pessoas. É um resgate destas pessoas que poderão escolher a hora que quer comer, tomar banho e até que música ouvir.” Mário garantiu que o hospital não vai fechar, mas com a implantação do programa, será reduzido o número de leitos que será suficiente para manter o atendimento. “Vamos mudar a forma de olhar a saúde mental. Vamos fazer o trabalho preventivo com ajuda do Caps”.


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