Dor insuportável: Enxaqueca afeta 30 milhões de brasileiros, de acordo com a OMS

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 16 de maio de 2022 às 22:00
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é a sexta doença mais incapacitante do mundo e atinge 30 milhões de brasileiros

Enxaqueca é a 6ª doença mais incapacitante do mundo

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é a sexta doença mais incapacitante do mundo e atinge 30 milhões de brasileiros.

Trata-se de uma dor de cabeça, em geral, unilateral, pulsátil, com uma intensidade moderada a grave e que piora com as atividades de rotina.

“Arrastar um móvel, subir uma escada, quaisquer atividades rotineiras agravam a dor. A crise é acompanhada de ao menos um desses sintomas, náusea e vômito, fotofobia (sensibilidade à luz) ou fonofobia (sensibilidade aos sons)”, explica Daniel Isoni Martins, coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital Vila da Serra.

O que diferencia a enxaqueca das demais dores de cabeça oriundas de doenças severas é a ausência de outros sintomas neurológicos.

“Na presença de um tumor, as dores são persistentes e progressivas, sua intensidade aumenta com o passar dos dias ou dos meses, acompanhadas de alteração visual, alteração de fala, alteração cognitiva, alteração de força ou alteração motora, dependendo da sua localização”.

“A dor de um aneurisma é, desde o início, a pior dor de cabeça que o paciente sente na vida, ela é súbita, explosiva e intensa, acompanhada de outros sintomas neurológicos. A dor de cabeça decorrente de uma infecção vem com febre associada, rigidez da nuca”, descreve o neurologista.

Daniel Isoni Martins aponta que alterações hormonais – no caso das mulheres –, estresse, ansiedade, jejum e falta de sono podem ser gatilhos da enxaqueca, mas uma série de alimentos e bebidas também favorecem os episódios de crise, daí a necessidade de acompanhamento médico para um tratamento profilático e atenção aos hábitos de vida.

“Excesso de cafeína, chá preto, chá mate, refrigerantes, algumas frutas cítricas (limão, laranja, abacaxi, maracujá, morango), tomate, queijos amarelos, leite e seus derivados, embutidos (presunto, salaminho), condimentos, como molho shoyu, ketchup e barbecue, produtos industrializados que contêm glutamato monossódico, vinho tinto, principalmente aqueles com muito tanino, são potenciais causadores, mas vale lembrar que os fatores desencadeantes variam de pessoa para pessoa”, afirma o médico.

O neurologista relata que há pouco tempo foram lançados no mercado novos tratamentos preventivos da enxaqueca aguda, que são os inibidores do gene de calcitonina (CGRP – Peptídeo Relacionado ao Gene da Calcitonina), substância que dispara as crises de enxaqueca.

Chamados de anticorpos monoclonais anti-CGRP, esses medicamentos bloqueiam a substância CGRP que é liberada de maneira bem intensa no início de uma crise de enxaqueca.

Dentre aqueles liberados pela Anvisa, temos o erenumab, fremanezumab e galcanezumab que são administrados como uma injeção subcutânea, uma vez ao mês e costumam ser usados durante um ano”, informa.

Contudo, o coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital Vila da Serra destaca que o tratamento da enxaqueca não consiste apenas em tomar remédios.

“O paciente precisa adotar hábitos saudáveis, melhorar a qualidade de sono, reduzir o estresse, fazer atividade física regularmente, ter uma alimentação balanceada”, pondera.

*Informações Revista Encontro


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