Causa e efeito: pandemia e os seus efeitos têm causado ansiedade social nas pessoas

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 11 de outubro de 2021 às 15:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Casos são mais comuns em pessoas que já sofreram bullying ou que têm problemas como como timidez ou introversão

Casos são mais comuns em pessoas que já sofreram bullying ou que têm problemas como como timidez ou introversão

Após longos períodos de isolamento por causa da covid-19, o retorno às atividades presenciais já é uma realidade para muitos trabalhadores que ficaram em casa na época mais crítica da pandemia.

Com a retomada, no entanto, algumas pessoas têm manifestado o que se conhece como ansiedade social.

O medo da contaminação e a perda da habilidade de convívio são aspectos que podem explicar, neste momento, essa questão de saúde mental.

Olhar atento

O Dia Mundial da Saúde Mental, que ocorreu neste domingo, marca a importância de ter um olhar atento e sem estigmas para o assunto.

“A apreensão, o desconforto, aquela sensação de evitação, é muito comum para quem está retornando. [É preocupante] quando essa ansiedade passa a ser muito intensa, a ponto de gerar reações físicas muito desagradáveis, muito intensas, que não passam a partir do primeiro contato”, explica Flávia Dalpicolo, professora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da USP.

Flávia, que é também psicóloga, explica que os sintomas são similares aos da ansiedade por razões diversas, como apreensão, alteração no padrão de respiração e elevação da frequência cardíaca.

“Só que [está] direcionada às situações que envolvem contextos sociais, ou situações envolvendo contextos de avaliação de exposição, ou ainda as situações que envolvem um volume maior de pessoas, ou mesmo qualquer situação, mesmo que seja um contato mais íntimo, mas que exista a possibilidade de uma avaliação [externa].”

Histórico

A professora acrescenta que a ansiedade social costuma ser mais frequente em pessoas que já vivenciaram situações na história de vida em que foi exposta ou ridicularizada, como casos de bullying, ou que têm habilidades sociais deficitárias, como timidez ou introversão.

“Agora, por conta da pandemia, com o retorno das atividades presenciais, os contextos sociais ficaram muito marcados como perigosos, aversivos. Tem sido bastante frequente que pessoas que nunca vivenciaram sentimentos de ansiedade diante de encontros sociais ou de um volume maior de pessoas se sentirem ameaçadas. Sentirem que ali pode ser uma situação de potencial risco, e aí, a partir disso, desencadeiam-se reações de ansiedade”, afirma.


+ Comportamento