Escassez de água pode ser próxima pandemia, ainda mais severa que Covid, alerta ONU

  • Nene Sanches
  • Publicado em 19 de junho de 2021 às 14:30
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As secas já desencadearam perdas econômicas de pelo menos 124 bilhões de dólares e atingiram mais de 1,5 bilhão de pessoas entre 1998 e 2017.

“A seca está prestes a se tornar a próxima pandemia, e não existe vacina para curá-la”, diz representante da ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o fato de que o aquecimento global está aumentando e pode levar à escassez de água e seca, causando estragos em escala mundial muito parecidos com os da pandemia de Covid-19.

“A seca está prestes a se tornar a próxima pandemia, e não existe vacina para curá-la”, disse Mami Mizutori, representante especial da ONU para redução de risco de desastres, em uma entrevista virtual.

Segundo um relatório da ONU, as secas já desencadearam perdas econômicas de pelo menos 124 bilhões de dólares e atingiram mais de 1,5 bilhão de pessoas entre 1998 e 2017.

Os números, no entanto, são considerados fora da realidade pela própria entidade. O aquecimento global promove secas intensas no sul da Europa e no oeste da África e o número de vítimas deve “crescer dramaticamente”, a menos que os países tomem providências o mais rápido possível.

Projeção

Cerca de 130 países podem enfrentar um risco maior de seca neste século, segundo a projeção da ONU.

Outros 23 países sofrerão escassez de água por causa do crescimento populacional, e 38 nações serão afetadas por ambos.

A seca, assim como um vírus, tende a durar muito tempo, ter um alcance geográfico amplo e causar danos em cadeia.

“Ela pode afetar indiretamente países que não estão passando por uma seca através da insegurança alimentar e do aumento dos preços de alimentos”, disse Mizutori.

Severas

A ONU antevê secas mais frequentes e severas na maior parte da África, nas Américas Central e do Sul, no centro da Ásia, no sul da Austrália, no sul da Europa, no México e nos Estados Unidos.

Ibrahim Thiaw, secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, disse à Thomson Reuters Foundation que a deterioração do solo, causada em parte pela má administração de terras, deixou o mundo perto de um “ponto sem retorno”.

A ONU não tem pesquisado o efeito que a desertificação pode ter na migração interna dentro dos continentes, mas Thiaw disse que ela não é mais impensável, nem mesmo na Europa.

(Com informações da Agência Brasil e revista Veja)


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