Quem sofre de arritmia pode viver mais se faz exercício físico, sabia?

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 09:00
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Estudo feito com pessoas acima de 70 anos e diagnóstico de arritmia, aponta benefícios em incluir os exercícios na rotina

Exercícios físicos praticados por idosos melhoram as funções do coraçãoExercícios físicos praticados por idosos melhoram as funções do coração

Quando o coração trabalha num ritmo irregular, não é raro aparecerem palpitações e dificuldades para respirar.

E é aí que também surge o temor de que qualquer atividade física possa piorar a situação.

Mas um estudo norueguês, feito com pessoas acima de 70 anos e diagnóstico de fibrilação atrial, aponta benefícios em incluir os exercícios na rotina de quem tem a condição.

Os pesquisadores acompanharam 117 voluntários por quase nove anos, anotando dados sobre frequência, intensidade e duração dos treinos.

No fim do período, ao analisar os desfechos, concluíram que a atividade física tem potencial para reduzir o aparecimento de problemas cardiovasculares, assim como a mortalidade.

“O trabalho constata que pessoas com fibrilação atrial que fazem exercícios vivem mais do que aquelas com o mesmo problema mas são inativas”, resume o cardiologista José Carlos Pachón, responsável pelo Serviço de Arritmia do HCor, em São Paulo.

“Porém, antes de iniciar qualquer treinamento, é importante buscar avaliação e tratamento médico. Só quem tem a arritmia controlada pode se exercitar”, ressalta.

Práticas inadequadas são capazes de provocar o deslocamento de coágulos, mais frequentes devido à doença, e elevar o risco de AVC.

O que pessoas com fibrilação atrial devem fazer ao se exercitar

Andar por aí: atividades aeróbicas de baixa intensidade, como caminhadas e pedaladas, feitas de forma regular, ajudam no controle da arritmia.

Fortalecer músculos: exercícios com faixas de resistência e pesos podem ser indicados, com ajustes individuais de volume e intensidade — em geral, menos carga e mais repetições.

Desacelerar: nos minutos finais do treino, convém diminuir o ritmo. Assim o coração retorna gradativamente à situação de repouso.

E o que não podem fazer

Pular avaliação: não comece nenhuma atividade sem antes passar por um médico, que deve pedir exames como eletrocardiograma e teste ergométrico.

Arriscar-se: se estiver em tratamento com anticoagulante, é preciso abdicar de esportes de impacto ou com riscos de queda e sangramentos, como lutas e escaladas.

Extrapolar limites: não continue a prática se sentir desconfortos como palpitação, tontura e suor excessivo — sinais de que a frequência cardíaca está desestabilizada.

Coração fora do compasso

A fibrilação atrial acontece quando os átrios, as câmaras superiores do coração, se contraem de forma dessincronizada.

Segundo o cardiologista José Carlos Pachón, um ritmo regular fica entre 60 e 70 batidas por minuto.

Com a fibrilação atrial, alcança de 90 a 140, e o indivíduo pode perceber que a frequência acelera e desacelera constantemente.

13% da população com 80 anos ou mais apresenta esse tipo de arritmia cardíaca.

5 milhões é o número estimado de brasileiros acima de 65 anos que sofrem de fibrilação atrial.

20% dos casos de AVC são desencadeados pela condição, que leva à formação de coágulos no coração.

25% das pessoas acima de 40 anos estão sujeitas a ela. A incidência dobra a cada década vivida.

10% dos atendimentos de emergência em cardiologia são decorrentes de fibrilação atrial.

*Com informações Veja Saúde


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