20% das brasileiras nunca fizeram exame Papanicolau, contra câncer de colo do útero

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 3 de junho de 2022 às 10:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Exame citopatológico do colo do útero (conhecido como Papanicolau) pode reduzir de 60% a 90% dos casos e custa só 7 reais para o SUS

O exame citopatológico do colo do útero (conhecido como Papanicolau) pode reduzir de 60% a 90% dos casos e custa apenas 7 reais para o SUS. Apesar disso, 20% das mulheres das capitais brasileiras nunca o realizaram na vida.

A taxa é ainda maior entre as mulheres mais novas: na faixa etária entre 18 e 24 anos, 64,3% nunca realizaram o exame na vida. Entre as mulheres de 25 a 34 anos, esse índice é de 26,4%

Os dados são do Observatório de Atenção Primária à Saúde da Umane com base nas informações da nova pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que acaba de ser divulgada, e se referem ao ano de 2021

Os índices de realização do exame variam bastante de acordo com as capitais. Em Maceió (AL), 40% das brasileiras nunca fizeram o Papanicolau na vida. Já em Florianópolis (SC) esse índice é de 14,9%, o que escancara as diferenças regionais.

Impacto

A realização do preventivo pode ter sido impactada pelas medidas sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19 no Brasil desde 2020.

O câncer de colo do útero matou 9500 mulheres no Brasil em 2019, segundo o Ministério da Saúde.

É o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A incidência é de 16.4 por 100 000 mulheres, acima da média global de 13.1.

A experiência de alguns países desenvolvidos mostra que a incidência do câncer do colo do útero foi reduzida em torno de 80% onde o rastreamento citológico (por meio do Papanicolau) foi implantado com qualidade, cobertura, tratamento e seguimento das mulheres (WHO, 2007).

Estudos

Uma pesquisa, que revisou e avaliou 69 estudos sobre maneiras de aumentar a realização de medidas preventivas contra este tipo de câncer, concluiu que avisos por cartas são a maneira mais efetiva de recrutar mais mulheres para o exame.

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) fazem parte da rotina diária de mais da metade dos brasileiros, são responsáveis por 70% de todos os óbitos anuais e representam gastos bilionários aos cofres públicos.

Informações sobre fatores que podem causar ou agravar essas doenças são essenciais para elaborar melhores políticas públicas para reduzir sua incidência.

A partir de agora é possível acessar dados atualizados sobre os principais fatores de risco e sobre as DCNTs mais prevalentes com apenas alguns cliques por meio de uma nova plataforma: o Observatório da Atenção Primária à Saúde. 

Sem fins lucrativos

A iniciativa foi desenvolvida pela Umane, uma associação civil independente e sem fins lucrativos dedicada a apoiar, desenvolver e acelerar iniciativas de prevenção de doenças e promoção à saúde no âmbito da saúde pública.

A ferramenta permite que qualquer pessoa acesse dados do Ministério da Saúde e de outras bases de dados públicas e confiáveis de maneira amigável, ágil e simples.

A plataforma inova ao reunir e a organizar esses dados de maneira acessível e, sempre que possível, disponibilizados para todos os municípios do Brasil.

Com isso, espera-se contribuir não só para a geração de conhecimento, mas também para as políticas públicas de saúde, com foco na prevenção das DCNTs e no fortalecimento da Atenção Primária.

(Fonte: Observatório da Atenção Primária à Saúde da Umane com base nos dados do Ministério da Saúde de 2021)


+ Saúde