Pesquisa da Federaminas mostra cenário caótico entre micro e pequenas

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 5 de abril de 2020 às 10:43
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:34
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Todas as cidades mineiras da região de Franca estão sofrendo com o isolamento e com o bloqueio de estradas

Presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues

Uma pesquisa encomendada pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais (Federaminas) sobre a situação financeira das micro e pequenas empresa do Estado é desanimadora.

Com a crise provocada pela pandemia de Covid-19, a pesquisa estima que mais de 50% desses negócios devem fechar e o número de desempregados pode a chegar a mais de 3,6 milhões, se o Estado não flexibilizar medidas até 15 de abril.

Todas as cidades mineiras da região de Franca estão sofrendo com o isolamento e com o bloqueio de entradas e saidas. De Claraval a Delfinópolis, passando por Cássia, Ibiraci, Capetinga, Cassia e outras, o cenário econômico assusta.

Segundo o presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues, a pesquisa tem o objetivo de municiar o Governo com informações atualizadas sobre a real situação financeira das empresas mineiras.

Com isso, pode-se auxiliá-lo na tomada de decisões estratégicas para retomada do crescimento econômico de Minas Gerais. 

Segundo ele, o estudo realizado entre os dias 27 e 30 de março, respondido por 1.066 empresários, apontou que o Governo precisa, além de flexibilizar com urgência a reabertura do comércio, investir no setor. 

Em Minas Gerais, 92% das empresas ouvidas faturam até R$ 400 mil por ano, o que endossa a importância dos micro e pequenos empreendimentos para a manutenção da economia no Estado, revelou o levantamento.

Também de acordo com a pesquisa, 21,6% das empresas de micro e pequeno porte do Estado não conseguem ficar fechadas por mais cinco dias. 

Isso gera um potencial de desemprego da ordem de 1.101.500 pessoas, ou seja, dobrando o número de desempregados que Minas tinha no final do ano de 2019.

O prognóstico piora se o tempo de quarentena se estender até 15 de abril. Nesse caso, a pesquisa mostra que mais de 34,2% das empresas devem encerrar suas atividades.

Se isso acontecer, existe o potencial de mais 2.520.198 pessoas desempregadas, número esse que, se somado ao desemprego daquelas empresas que fecharam nos primeiros cinco dias da quarentena, chega a 55,8% das empresas fechadas e mais de três milhões de mineiros desempregados.

Segundo Rodrigues, as medidas adotadas pelos governos federal e estadual para o socorro da economia até agora são insuficientes.

“As medidas até o momento ajudam, mas são muito tímidas, elas precisam ser mais abrangentes. O governo precisa entender que o assunto é sério para as empresas”. 

“O governo precisa encontrar um caminho de injetar recursos e dinheiro no mercado, através do BNDES ou outros bancos a juros subsidiados e com carência, e buscar outras alternativas”, avalia.


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