Vice-presidente da Fiesp fala de impostos altos e clama por uma reforma tributária

  • Robson Leite
  • Publicado em 21 de maio de 2021 às 21:30
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Rafael Cervone, vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP/CIESP), diz que a indústria é a mais prejudicada pelos ônus tributários

Rafael Cervone citou os dados específicos de São Paulo, onde a arrecadação federal, em abril, foi de R﹩ 63 bilhões

Rafael Cervone, vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP/CIESP), declarou que a arrecadação da União, de R﹩ 574 bilhões nos primeiros quatro meses de 2021, foi 13,94% maior do que no mesmo período de 2020.

Para ele, isso demonstra haver espaço para uma racionalização dos impostos, por meio de uma reforma tributária ampla.

“Os dados divulgados pela Receita Federal evidenciam que, em plena pandemia, a sociedade e os setores produtivos seguem transferindo imenso volume de dinheiro ao Estado, sem a devida contrapartida em serviços e benefícios”.

Cervone também citou os dados específicos de São Paulo, onde a arrecadação federal, em abril, foi de R﹩ 63 bilhões, com acréscimo real de 38,76% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

No acumulado de 2021, a receita relativa aos contribuintes paulistas dos impostos da União foi de R﹩ 257,8 bilhões, o que significa 12,78% a mais do que nos primeiros quatro meses de 2020.

“A arrecadação específica dos tributos estaduais também tem crescido, registrando valores recordes, mas, apesar disso, o Governo Dória majorou o ICMS este ano. A medida foi adotada por decreto, o que contraria a Constituição. Por isso, estamos lutando na Justiça para reparar o erro”, frisou o dirigente da FIESP/CIESP.

O setor mais afetado com excessiva carga de impostos é a indústria, que, embora represente 11% do PIB nacional, recolhe um terço do total no País.

“Por isso, defendemos uma reforma tributária ampla, que estabeleça isonomia entre todos os ramos de atividade, simplifique e desburocratize a arrecadação, acabe com a taxação de investimentos e exportações e inclua o ICMS, sendo este último item essencial para pôr fim à guerra fiscal”, pondera Cervone.

O dirigente ressalta que o Brasil está na contramão do mundo.

“Enquanto os Estados Unidos destinaram US﹩ 300 bilhões para o fomento da indústria, a China está devolvendo a ela 40% dos investimentos feitos e a Europa posterga os pagamentos ou difere os impostos, em reconhecimento ao papel do setor na recuperação da economia mundial, continuamos aqui sufocando as fábricas com um sistema tributário que desestimula a economia”, conclui.


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