Neurologista explica quais são as principais doenças que afetam a qualidade do sono

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 19 de março de 2022 às 11:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Medidas simples como mudança do estilo de vida e técnicas de relaxamento podem ser eficientes para aumentar a qualidade de vida

Noites mal dormidas podem prejudicar a rotina e acarretar problemas à saúde. Por outro lado, há doenças que afetam diretamente o sono. Medidas simples como mudança do estilo de vida, técnicas de relaxamento e medicamentos podem ser muito eficientes para reduzir os sintomas e aumentar a qualidade de vida.

O neurologista Gustavo Franklin, membro da Doctoralia, aproveita o Dia Mundial do Sono para explicar as causas, sintomas e tratamentos do sonambulismo, apneia do sono, paralisia noturna, insônia e bruxismo. Confira!

Sonambulismo

As principais características do sonambulismo são os movimentos e atividades de forma inconsciente e, por isso, pode oferecer riscos devido à imprevisibilidade do que o paciente pode fazer durante o sono. Normalmente evidenciado em crianças, devido à fase de desenvolvimento do cérebro, o sonambulismo é recorrente até os 12 anos, porém adultos e idosos também podem apresentar sonambulismo. No entanto, quando visto em adultos, geralmente é por causa de privação do sono, distúrbios psiquiátricos e medicamentos que interferem no mecanismo do sono, entre outros fatores.

É importante ter cuidado ao acordar alguém que esteja em um episódio de sonambulismo porque a pessoa pode estar segurando algum objeto cortante ou perfurante e se machucar ao acordar assustada. Para garantir segurança, podem ser tomadas medidas, como trancar portas e janelas e dificultar o acesso a objetos perigosos, como facas e tesouras.

Apneia

A apneia é um distúrbio do sono caracterizado pela obstrução da passagem do fluxo de ar, levando a fragmentação do sono por despertares, ou micro despertares, durante um sono normal.

Entre os principais sintomas estão o ronco, sonolência durante o dia, irritabilidade, esquecimentos e dificuldade de raciocínio. Outro fator importante é que a doença pode aumentar significativamente o risco de AVCs e infartos.

Já as causas da apneia do sono vão desde gordura abdominal, obesidade e predisposição até o uso de medicamentos que levam a uma fraqueza da musculatura paratraqueal. “O tratamento começa com a mudança dos hábitos, redução da gordura abdominal e, quando o caso é persistente, o uso do CPAP nasal, um aparelho que ajuda a manter um fluxo de oxigênio durante o período de sono”, explica o neurologista.

Paralisia noturna

A paralisia do sono é um transtorno que impossibilita, temporariamente, a pessoa de se mexer ou falar quando acorda ou tenta dormir. Por questão de falha na comunicação, o corpo pode demorar para receber os comandos do cérebro e a pessoa apresenta paralisia noturna.

Este distúrbio ocorre mais frequentemente em quem apresenta narcolepsia, condição neurológica crônica em que a pessoa acaba sentindo sonolência excessiva, ou apneia do sono. “O principal tratamento consiste em melhorar a higiene do sono, como dormir no mesmo horário, garantir um ambiente de sono confortável e livre de distrações e evitar bebidas com cafeína antes de dormir”, esclarece Dr. Gustavo Franklin.

Insônia

A insônia possui diversos fatores, mas o principal é a má higiene do sono. Parâmetros comportamentais, como horário do trabalho e das atividades cotidianas, o uso de telas perto da hora de dormir, barulhos e luminosidade inadequados, podem causar dificuldade para iniciar o sono.

A doença é associada a distúrbios de ansiedade, depressão, apneia do sono e outras síndromes, como a das pernas inquietas, e o tratamento depende da gravidade de cada caso. “Quando mais leve, mudanças comportamentais são suficientes. Reduzir as sonecas da tarde, evitar fumar e jantar perto da hora de dormir ou consumir álcool e cafeína podem ajudar a estimular o sono. Em casos crônicos, é preciso tratar com medicamento”, diz o dr. Gustavo.

Bruxismo

O ranger dos dentes durante o período noturno, conhecido como bruxismo, pode ser explicado por fatores genéticos, problemas físicos ou condições de estresse. Muitos pacientes sofrem com dores de cabeça e nos músculos da face, sensação de apertamento dentário e até mesmo quebra dos dentes.

“Além de tratamentos odontológicos, muitos ainda recorrem ao uso de medicamentos que controlam o estresse e relaxam os músculos. Outra opção é o uso de placas de silicone ou acrílico para restringir o atrito entre os dentes”, informa o neurologista.


+ Saúde