Saiba as semelhanças e diferenças entre as vacinas Coronavac e Oxford

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 16:30
  • Modificado em 18 de janeiro de 2021 às 20:18
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Conheça a seguir as semelhanças e diferenças entre as vacinas Coronavac e Oxford

vacina contra covid 19

Por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no domingo, 17, o uso emergencial da Coronavac e da vacina fabricada pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

Oficialmente, a vacinação começaria nesta terça-feira, 19, mas o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, autorizou que os governadores iniciassem a imunização com a Coronavac nesta segunda-feira, 18, já que o ministério aguarda a chegada das doses da vacina de Oxford.

O Estado de São Paulo, no entanto, imunizou ontem a primeira brasileira, minutos após a Anvisa liberar o uso emergencial da vacina.

Mesmo sendo indicadas para proteção contra uma mesma doença, as duas imunizações possuem diferentes métodos de formulação. A Coronavac usa uma versão inativada do vírus, método usado em grande parte dos imunizantes administrados no Brasil.

A Oxford tem como base o fator viral. Ambas devem ser dadas em duas doses, com intervalos diferentes, e podem ser armazenadas em geladeira com temperaturas que variam de 2 a 8 ºC.

Conheça a seguir as semelhanças e diferenças entre as vacinas Coronavac e Oxford:

Como as vacinas são produzidas?

A Coronavac funciona ensinando o sistema imunológico a produzir anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2. Os anticorpos se conectam às proteínas virais, como as chamadas proteínas spike que se espalham por sua superfície.

Para criar a Coronavac, os pesquisadores da Sinovac começaram obtendo amostras do novo coronavírus de pacientes na China, Grã-Bretanha, Itália, Espanha e Suíça. No fim, uma amostra da China acabou servindo como base para a vacina.

Os pesquisadores então extraíram os vírus inativados e os misturaram com uma pequena quantidade de um composto à base de alumínio chamado adjuvante. Os adjuvantes estimulam o sistema imunológico a aumentar sua resposta a uma vacina.

Os vírus inativados têm sido usados há mais de um século. Jonas Salk os usou para criar sua vacina contra a poliomielite na década de 1950 e eles são a base para vacinas contra outras doenças, como raiva e hepatite A.

Já na vacina Oxford/AstraZeneca, conhecida como ChAdOx1 nCoV-19 ou AZD1222, o vírus SARS-CoV-2 é repleto de proteínas que usa para entrar nas células humanas. Essas proteínas chamadas de spike são um alvo tentador para potenciais vacinas e tratamentos.

A vacina é baseada nas instruções genéticas do vírus para produzir a proteína spike. Mas, ao contrário das vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna, que armazenam as instruções em RNA de fita simples, a vacina Oxford usa DNA de fita dupla.

Os pesquisadores adicionaram o gene da proteína spike do novo coronavírus em um outro vírus chamado adenovírus.

Os adenovírus são vírus comuns que geralmente causam resfriados ou sintomas semelhantes aos da gripe.

A equipe Oxford/AstraZeneca usou uma versão modificada de um adenovírus que infecta chimpanzés, conhecida como ChAdOx1. Ele consegue entrar nas células, mas não pode se replicar dentro delas.

AZD1222 é resultado de décadas de pesquisa com vacinas baseadas em adenovírus. Em julho, foi aprovada a primeira para uso geral – uma vacina para o Ebola, da Johnson & Johnson. Ensaios clínicos avançados estão em andamento para outras doenças, incluindo H.I.V. e Zika.

Quais os efeitos colaterais?

Até o momento, as duas vacinas não apresentaram efeitos colaterais graves. Entre os sintomas, dores na região em que a vacina foi aplicada, febre, dor muscular, dor de cabeça (de intensidade leve ou moderada), fadiga e calafrios, reações consideradas comuns por profissionais da saúde.

Como funciona o armazenamento?

A vacina Oxford/AstraZeneca para a covid-19 é mais resistente do que as vacinas de mRNA da Pfizer e Moderna. As duas vacinas das farmacêuticas americanas precisam ser armazenadas a -70º e -20ºC, respectivamente e exigem duas doses de aplicação.

Ao contrário delas, na vacina britânica, o DNA não é tão frágil quanto o RNA, e o revestimento de proteína resistente do adenovírus ajuda a proteger o material genético interno. Como resultado, a vacina de Oxford não precisa ficar congelada. A vacina deve durar pelo menos seis meses quando refrigerada entre 2 e 8°C.

Coronavac também está no perfil desejado do Ministério da Saúde para armazenamento em temperaturas normais de geladeira comum de 2 a 8 °C, podendo permanecer estável por até três anos.

Quantas doses são necessárias e qual o intervalo entre as dosagens?

As duas vacinas são aplicadas em duas doses.

A de Oxford/AstraZeneca requer duas doses, administradas com um intervalo de quatro semanas, para preparar o sistema imunológico para lutar contra o novo coronavírus.

Já a Coronavac pode ser administrada de 14 a 28 dias após a dose inicial. No entanto, segundo a Anvisa, o Butantã ainda não apresentou os dados de eficácia de acordo com o intervalo entre a primeira e a segunda dose.

Com informações do jornal O Estado de São Paulo


+ Saúde