Comer frango com pele faz mal? Saiba se esse hábito normal pode prejudicar sua saúde

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 27 de agosto de 2022 às 21:00
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Esse alimento popular, que é a principal fonte de proteína para muitas pessoas ao redor do mundo, parece estar cercado de dúvidas e falsas crenças

Frango é uma das carnes mais consumidas do mundo – foto Freepik

 

Entre as carnes animais, o frango é, sem dúvida, a preferida do mundo.

É a carne mais consumida globalmente: a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que em 2021 foram consumidas 133 milhões de toneladas de carne branca no mundo.

Na América Latina, terceira região do mundo onde esse alimento é mais consumido, em 2019 cada pessoa comeu em média 32,7 kg de frango.

A cifra no Brasil foi de 40,6 kg e na Argentina de 40,4 kg.

O consumo de frango é popular porque geralmente é mais barato, tem baixo teor de gordura e enfrenta poucas barreiras culturais ou religiosas.

Além disso, é uma carne rica em proteínas e uma importante fonte de vitaminas e minerais. Ainda contém níveis significativos de gorduras monoinsaturadas benéficas, que podem beneficiar a saúde cardiovascular.

Mas, essa comida tão popular também parece estar cercada de dúvidas e falsas crenças.

Por exemplo, a pele de frango é conhecida por conter um alto nível de gordura. Então, é bom comer frango com pele ou devemos retirá-la antes de cozinhar ou consumir o alimento?

“A pele do frango tem 32% de gordura. Ou seja, a cada 100 gramas de pele que consumimos, 32 gramas são de gordura”, disse María Dolores Fernández Pazos, nutricionista do Centro de Informações Nutricionais da Carne de Frango (Cincap, por sua sigla em espanhol), à BBC News Mundo na Argentina.

Dessas gorduras contidas na pele do frango, explica a nutricionista, dois terços são insaturadas, as chamadas “gorduras boas”, que ajudam a melhorar os níveis de colesterol no sangue.

E um terço das gorduras são saturadas, as conhecidas gorduras “ruins”, que contribuem para aumentar os níveis do colesterol indesejado.

Este é o mesmo nível de gordura que a carne de frango contém. Portanto, diz a especialista, “se consumirmos frango com pele, estaremos aumentando a ingestão calórica de cada porção em aproximadamente 50%”.

Assim, por exemplo, se comermos um peito de 196 gramas sem pele, estaremos consumindo 284 calorias (de acordo com os dados nutricionais do Departamento de Agricultura dos EUA), com 80% das calorias provenientes de proteínas e 20% de gordura.

Mas esses números aumentam drasticamente se incluirmos a pele: o peito terá 386 calorias, sendo 50% provenientes de proteína e 50% de gordura.

Portanto, diz a nutricionista Dolores Fernández, “a recomendação mais saudável e geral para a população é retirar (a pele) antes de comer, para não adicionar calorias ou gordura extra ao prato”.

“No caso de pessoas sem histórico de doenças, com peso adequado para a altura, fisicamente ativas e com composição corporal adequada, podemos sugerir deixar a pele do frango durante o cozimento e retirá-la antes de comer, pois a presença da pele durante o cozimento ajudará a carne a secar menos e a ficar mais suculenta e saborosa”, diz a especialista.

*Informações BBC News


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