Antivirus de doença de cachorro pode ajudar a combater vírus da zika

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de agosto de 2017 às 16:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:19
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Até junho de 2017, foram registrados mais de 13 mil casos de zika em todo o país

Um importante fato no combate ao vírus da zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, foi descoberto e anunciado no Brasil. Os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco, investigavam um antivírus para uma doença de cachorro, que é muito grave e contagiosa, a cinomose, quando decidiram testá-lo no vírus da zika.

Na semana passada, depois de um ano de estudos, eles revelaram que a substância foi muito eficaz para impedir a reprodução do vírus.

“Essa substância age inibindo, diminuindo a replicação do vírus depois que as células foram infectadas e provavelmente ela vai inibir uma proteína do vírus que é relacionada a replicação”, explicou a pesquisadora da Fiocruz, Daniele Mendes Féliz.

Os pesquisadores testaram, em um laboratório, células dos rins de macacos e células do sistema nervoso de pessoas, em dosagens mais e menos concentradas por períodos diferentes. O resultado foi promissor.

“Nós detectamos uma eficácia de 99,6%, que é algo realmente robusto para a atividade de uma substância antiviral”, disse o pesquisador da Fiocruz Lindomar Pena.

A substância foi testada em células que já estavam infectadas pelo vírus da zika e também em células antes da infecção se desenvolver, como se fosse uma vacina, e funcionou nos dois casos. A próxima etapa é de testes em animais e, depois, nos seres humanos. 

Até junho de 2017, foram registrados mais de 13 mil casos de zika em todo o país. Nas mulheres grávidas, a infecção pode causar a síndrome congênita do vírus da zika, que já foi responsável pelo nascimento de quase três mil bebês com microcefalia desde a epidemia da zika em 2015.


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