Supermercados da região de Franca esperam vender 5% a mais na Páscoa deste ano

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  • Publicado em 7 de março de 2019 às 16:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:25
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Apesar da data estar perdendo força ao longo dos anos, expectativa é maior que os 4% de 2018

Com um desemprego levemente menor e a confiança maior com o novo governo entre os empresários e os consumidores, os supermercados paulistas demonstraram isso com a projeção de 5% no aumento de vendas no setor, acima dos 4% de 2018/2017.

Na última pesquisa de confiança, 54% dos empresários do setor estão otimistas com o futuro sendo que 85% confiantes em aumentos de venda nos próximos meses. E o segundo teste do ano pós carnaval, é a Páscoa, que ainda é a segunda melhor data para o Varejo de alimentos, não só pelos chocolates, mas pelas compras de almoço e/ou jantar que as famílias realizam.

Preços

Cacau, leite, açúcar, farinha e componentes químicos formam os ovos de páscoa e doces em geral. Terceiro maior mercado de chocolates do mundo, não é de surpreender então que o chocolate barra sobe 5,62% no acumulado quando estes componentes tiveram aumentos, seja pelos choques do dólar, da indústria do leite e de componentes biológicos/químicos que vem de 2018.

Em geral, os doces sobem 2,33% beneficiados pelo bombom e as balas.

Fonte: APAS/FIPE – Acumulado últimos 12 meses terminados em jan/19

Fonte: APAS/FIPE – Acumulado últimos 12 meses terminados em jan/19

Entre os alimentos, o Vinho que é utilizado como presente ou em cidades maiores é apreciado na data junto com o Macarrão, tornam almoços familiares mais caros com 5% de aumento e o macarrão e massa fresca, influenciados pelo trigo mais caro, sobem mais de 8%. Para o Bacalhau, tradicional na época, 21,83% de aumento é algo que poderá tirar da mesa de alguns consumidores este peixe. Cerveja e ovo (que possui um pico de vendas nesta época por motivos religiosos), possui queda de -7%.

O Dilema do Ovo de Páscoa

O Ovo de Páscoa deve ficar 5% mais caro em relação ao ano passado e os Supermercados estão cada vez mais rígidos em suas encomendas com a indústria. Algumas lojas reportam até 40% de encalhe pós-páscoa e isso se deve à diversos fatores que podemos enumerar como a percepção de custo benefício do consumidor que aumentou nos últimos anos com o advento da internet e redes sociais, a crise econômica, a diminuição do tamanho das famílias, o aumento do número de solteiros e envelhecimento da população.

Tudo isso faz com que o Ovo de Páscoa deixe de ser tendência, principalmente os ovos de mais de 500G de menor giro e apelo neste contexto apresentado. Para se ter uma idéia da queda deste produto, em 2015 80 milhões de ovos foram produzidos e em 2017 já estava em apenas 36 milhões.

Vendas

Em relação às vendas, os supermercadistas em relação aos chocolates têm como líder de expectativas a caixa de bombom, com 5,88% o que segue a tendência dos últimos anos de crescimento deste produto na medida que o consumidor migra para versões mais baratas e com custo benefício percebido maior. O ovo de Páscoa terá tímido crescimento de apenas 2,40%, nada mais uma reflexo do produto saindo do gosto do consumidor tanto por questões de maior informação de que o preço/kg não compensa quanto pela dura crise que o país passa.

Fonte: APAS

Para alimentos e bebidas típicas da data, as cervejas com 6,5% possuem a liderança tradicional para data, influenciadas ainda mais pelo calor e pelos preços estáveis e mesmo com preços mais altos, isto não deve intimidar a compra de vinhos pelas classes A e B. Finalmente, a tradição religiosa trará relevante crescimento de 5,38% para os peixes.

Fonte: APAS

Batalha entre Canais do Varejo Alimentar

Com a entrada do canal Atacarejo na luta por consumidores no Varejo Alimentar, Supermercados e Minimercados irão fortalecer seus pontos fortes. No caso dos Supermercados, principal canal dos chocolates, a diminuição das parreiras e colocação de ilhas e mudança do mix de produtos (mais barras e caixas e menos ovos de páscoa grandes) com os ovos de 500 gramas até 1 kg caindo e os de maior giro de até 250 gramas tendo a preferência em alguns casos com foco nos infantis, ou seja, a tendência que permanece. 70% dos supermercadistas adaptarão o layout especialmente para a data.

Para os minimercados e lojas de proximidade (mercados de vizinhança), o sortimento limitado pelo espaço físico deve ser muito assertivo, com uso de Ovos de Páscoa como compra de emergência com apenas algumas marcas de tipos e uso da gôndola de doces e biscoitos para colocação do reforço de mix de barras e caixa de chocolate.

No Atacarejo, o nicho que não para de crescer é a venda para o pequeno empreendedor, autônomos e para a economia informal, ou seja, as pessoas que produzem suas receitas de chocolate para venda direta. Atacarejistas reportam até 10 a 20% nas vendas de ingredientes para produção de cupcakes, ovos de páscoa, bombons, balas e outros tipos de doces caseiros.

Porque a data está perdendo força no Varejo Alimentar

Além da crise econômica tirar o ímpeto de compra do consumidor na data um fator importante está na competição nas boutiques de chocolates premium e bombonieres, ou seja, das lojas especializadas na categoria de chocolates. Com um crescimento 3 a 4 vezes maior que dos chocolates tradicionais, uma expansão de lojas rápida e concentrada no sudeste (cerca de 60% das lojas estão na região), e um desejo do consumidor de buscar produtos diferentes. Além disso, o Brasil segue uma tendência mundial de desconcentração da data nos Supermercados para outros canais, como no Reino Unido e Estados Unidos.

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.445 associados, que somam mais de 3.256 lojas.

Sobre APAS Regional Ribeirão Preto: Em 2017, a região de Ribeirão Preto foi responsável por 5,9% do faturamento do setor supermercadista no estado, o que equivale a aproximadamente R$ 6,6 bilhões. Aqui, o setor emprega, aproximadamente, 31 mil colaboradores. Só na cidade de Ribeirão Preto o setor de supermercados faturou no ano passado R$ 1,9 bilhões, o que equivale a 29% da região e 1,7% do faturamento de todo o estado de São Paulo.

A APAS possui 10 regionais em todo o Estado e mais cinco escritórios distritais na capital paulista. A Regional Ribeirão Preto é composta por 78 cidades e possui 116 associados em toda sua área de cobertura. O empresário Rodrigo Canesin, do Supermercado Canesin, é o atual diretor regional da entidade


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