A higienização das mãos, dos alimentos e dos ambientes são essenciais para evitar a contaminação por microrganismos
Virose, intoxicação alimentar e da H. pylori apresentam sintomas parecidos e podem causar confusão. Entre as principais queixas estão: dor no estômago e na barriga, enjoo, febre e diarreia.
Apesar das semelhanças, os problemas têm causas e atingem partes distintas do corpo. Por isso, o gastroenterologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Gerson Nogueira de Morais, explica como identificar cada uma das doenças.
“É preciso atentar aos sintomas, pois tanto virose quanto intoxicação alimentar causam diarreia, porém, a última, apresenta episódios mais intensos. Já H.pylori, o principal sinal é uma forte dor no estômago”, resume o especialista.
Virose
“Virose” é o nome popular das enteroviroses causada pela presença de vírus no tubo digestivo inferior – intestino grosso. Os principais responsáveis são o rotavírus e o adenovírus, microrganismos de facilíssima transmissão.
Na Medicina, o quadro de enterovirose, associada às doenças diarreicas aguda, é conhecido como gastroenterocolite. O principal sintoma é a diarreia.
Diferente do conhecimento popular, a virose não é transmitida exclusivamente pela água ou por alimentos contaminados. O problema também pode ser consequência do contato de material infectado com as vias respiratórias.
“Também podem possibilitar a ocorrência do caso o contato com pessoas, objetos, água e alimentos contaminados. Vale lembrar de que a virose é uma doença de transmissão fecal-oral, ou seja, é preciso ingerir ou inalar materiais fecais com vírus que causam o problema”, explica o médico.
Gravidade dos casos
Os sintomas variam de acordo com a gravidade dos casos, em quadros leves, são comuns: diarreia líquida de duração limitada, e nos graves: desidratação, febre e vômitos.
Também é possível acontecer a contaminação assintomática. Estão mais vulneráveis à virose crianças e idosos, pois têm o sistema imunológico mais frágil. No caso dos mais velhos, o problema é gravado, pois perdem líquido com facilidade.
A definição do diagnóstico ocorre com base no histórico clínico e na conversa (anamnese) com o paciente.
O tratamento é feito a partir da hidratação do corpo, pois se perde muito líquido com os episódios de diarreia. A medicação controla os sintomas.
Intoxicação alimentar
A intoxicação alimentar é causada por bactérias e toxinas geradas por esses microrganismos no intestino grosso. Os sintomas são exatamente os mesmos da virose, mas pode apresentar quadros mais intensos de diarreia com presença de sangue e/ou pus. Sofrem mais com o problema a população idosa.
O que difere a intoxicação alimentar da virose é a causa do problema, pois um está relacionado a bactérias e o outro a vírus. Além disso, os “veículos” que levam esses microrganismos para o corpo humano, sendo no primeiro caso, alimentos e água contaminada, e no segundo, o ar contaminado.
Atenção à conservação dos alimentos não perecíveis, principalmente nos períodos de calor. É indicado consumir itens após a higienização adequada, em até três dias depois de abertos e guardá-los de acordo com as orientações nas embalagens.
O diagnóstico é feito com base no histórico clínico e no relato do paciente. Em alguns casos, podem ser solicitados exames de laboratório.
O tratamento da intoxicação alimentar é realizado com antibiótico e outros medicamentos para suavizar os sintomas.
H. Pylori
Pylori é o nome popular da infecção causada pela presença da bactéria helicobacterpylor na mucosa do estômago. Pode causar o desenvolvimento de gastrite, úlcera e, em casos raros, linfoma não Malt. A transmissão ocorre pelo contato com fezes, saliva, água e alimentos contaminado pelo microrganismo.
São sintomas dor no estômago e na parte superior do abdômen.
Diferente da virose e da intoxicação alimentar, a H. pylori atinge exclusivamente o estômago. Não há relação entre a infecção e problemas no tubo digestivo inferior, episódios de diarreia, sensação de azia e refluxo.
O diagnóstico é feito a partir de exame endoscopia e o tratamento com antibiótico e antissecretores.
O gastroenterologista do HSPE Dr. Gerson explica que apesar de causas diferentes, as medidas para evitar o problema são as mesmas. “A higienização das mãos, dos alimentos e dos ambientes são essenciais para evitar a contaminação por microrganismos. É importante também evitar comer itens abertos e expostos ao ar por muito tempo”, acrescenta.
Sobre o Iamspe
O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) é o sistema de saúde do servidor público estadual.
Com uma rede de assistência própria e credenciada presente em mais de 160 municípios, o Iamspe oferece atendimento a 1,3 milhão de pessoas, entre funcionários públicos estaduais e seus dependentes.
São mais de duas mil opções de atendimento no Estado, incluindo hospitais, clínicas de fisioterapia, médicos e laboratórios de análises clínicas e de imagem, além de postos de atendimentos próprios no interior, os Ceamas, e o Hospital do Servidor Público Estadual, na Capital.
O Iamspe é um órgão do Governo do Estado de São Paulo, vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital.