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Medida busca inserir pessoas em programas sociais oferecidos na cidade. Situação gerava incômodo, insegurança e reclamação da população
Ação da Prefeitura de Franca retirou moradores de rua do prédio da antiga Mogiana, na Estação – foto divulgação
A Prefeitura de Franca fez uma ação na manhã desta segunda-feira (8) para retirar os moradores de rua que ocupavam o entorno do prédio da estação da Antiga Mogiana.
Segundo o prefeito Alexandre Ferreira, que participou do trabalho, a medida tem o objetivo de fazer com que pessoas nesta condição aceitem participar de programas de reinserção social oferecidos na cidade para deixar a situação de rua.
Após a retirada, que ocorreu de forma pacífica, o prédio foi fechado, para evitar o retorno dos moradores ao local.
Há dois meses, a prefeitura lançou um edital para contratar uma empresa para reforma da área, mas não houve interessados.
O plano da prefeitura é transformar o prédio da Estação Alta Mogiana em um centro cultural junto com um mercado popular.
Segundo o prefeito, o motivo para falta de empresas na disputa é a insegurança causada pela permanência dos moradores de rua no local.
“A gente chamou todas as empresas para conversar e eles disseram que há uma insegurança. No processo, na licitação, não havia a previsão do cercamento do prédio e não tinha a previsão do guarda”.
“Então colocamos a previsão da segurança 24h, a gente vai pagar por isso. Não tem mais motivo para não participarem da licitação”, afirmou.
Uma nova licitação deve ser aberta nos próximos 15 dias. O investimento está orçado em R$ 3 milhões.
Retirada
Após retirada dos moradores, que viviam em barracas improvisadas e no meio do lixo, equipes realizaram a limpeza do local – foro divulgação
Os moradores viviam em barracas improvisadas e no meio do lixo acumulado na calçada do prédio.
Pela manhã desta segunda-feira, equipes da prefeitura fizeram a limpeza da área.
Elas também orientaram o grupo sobre as políticas públicas do município para ajudá-los, por exemplo, com pagamento temporário de aluguel ou encaminhamento para a casa de passagem, o abrigo provisório e o Centro de Dignidade.
“Aqui é mais um passo nesse processo de acolher os moradores de rua e dar condições deles terem uma vida melhor”.
“A gente pode fazer tratamento contra a dependência química, capacitação dessas pessoas que estação na rua, temos o Moradia Digna, que é um projeto que a gente paga para que eles fiquem em locais seguros seguindo as nossas orientações, os nossos acompanhamentos”, disse o prefeito.
Campanha contra esmolas
De acordo com Ferreira, a prefeitura busca acolher as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ele afirmou que uma campanha está sendo mobilizada na cidade para conscientizar a população a não dar esmolas nas ruas.
“Se você quiser ajudar um morador de rua, não dê dinheiro para ele. Indique os nossos serviços porque todos eles são capazes de acolhê-los em todas as suas necessidades”.
“Quem mantém o morador de rua na rua, por que ele fica na rua? Porque ele tem dinheiro, porque as pessoas dão dinheiro para ele. O que o francano tem que entender e trazer isso para ele é que o município tem todas as políticas implantadas para esse morador de rua”, disse.
Respeito ao ser humano
Ferreira disse ainda que esteve reunido com a Defensoria Pública para tratar do assunto.
Em abril deste ano, a prefeitura colocou em prática um mapeamento para identificar moradores de rua que têm antecedentes criminais.
Na época, o prefeito informou que o trabalho em parceria com as polícias Civil e Militar, além de órgãos da prefeitura, visava dar mais segurança à população e coibir crimes de menor potencial ofensivo, como furtos.
A ação, no entanto, foi taxada como discriminatória por grupos contrários, como comissões da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Nós trabalhamos como sempre fizemos, sem agredir ninguém, sem ultrapassar o limite do ser humano. O que eu conversei com eles [Defensoria Pública] é o seguinte: eu preciso manter a cidade organizada, eu preciso manter a cidade limpa”.
“Eu preciso fazer com que toda a comunidade possa utilizar todos os espaços públicos. Aqui, por exemplo, as pessoas estavam evitando passar por aqui”.
“É um processo de desenvolvimento, é um processo de cuidado, mas é também um processo para mostrar para a Defensoria Pública que cumpro tudo o que precisar fazer. Respeito o ser humano, respeito a hierarquia, tudo o que precisar resolver.”
*Informações G1