Estudo aponta que somente 19% dos brasileiros doam sangue com regularidade

  • Marcia Souza
  • Publicado em 25 de novembro de 2021 às 14:00
  • Modificado em 25 de novembro de 2021 às 14:16
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Os dados também mostram que 23% doam sangue pontualmente, apenas quando algum conhecido necessita

Os dados também mostram que 23% doam sangue pontualmente, apenas quando algum conhecido necessita

Um estudo apontado pela farmacêutica Abbott, divulgado nesta quinta-feira (25) – Dia Nacional do Doador de Sangue –, aponta que no Brasil apenas 19% da população doa sangue com regularidade, isto é, uma vez por ano.

Os dados também mostram que 23% doam sangue pontualmente, apenas quando algum familiar ou conhecido necessita, e que 48% não tem o hábito de doar sangue.

Ainda, a pesquisa aponta que a pandemia impactou nas doações de sangue no Brasil e revela que apenas 21% afirmam ter continuado a doar no período.

O estudo foi realizada em 8 países. No Brasil foram ouvidos 1052 pessoas de todas as regiões, com idades entre 16 e 64 anos.

Também é analisado o perfil dos entrevistado. Entre o percentual dos que mais doam estão mais presentes homens, entre 25 e 34 anos, de classe social média a alta, com ensino superior e com renda fixa.

Mulheres são maioria entre os não doadores. Elas representam 54% das pessoas que nunca doaram e nem pretendem. Ainda, de acordo com os resultados, elas têm idade entre 16 e 44 anos, de classe social intermediária a baixa, com renda fixa.

O estudo também revelou que os brasileiros sabem da importância da doação, mas que não compreendem bem o assunto. Entre as principais preocupações, os entrevistados destacaram: não saber para onde o sangue vai e a quantidade coletada. O medo e o desconforto também são os sentimentos mais expressos.

Estoques em baixa

Durante a pandemia da Covid-19, os estoques de sangue dos hemocentros ficaram baixos.

De acordo com o Ministério da Saúde, no ano passado as doações diminuíram em, pelo menos, 10%. Em 2019, foram 3,27 milhões de doações. Já no primeiro ano da Covid-19, no país, foram 2,95 milhões.

Atualmente, a Fundação Pró-Sangue, uma entre os cinco maiores bancos de sangue da América Latina, ligada à Secretaria de Saúde do Governo de São Paulo, só possui 40% de abastecimento do estoque, o que é considerado muito pouco. Os tipos sanguíneos que mais estão em falta são: O +; O-; A-; B-.

Quem pode doar?

A doação de sangue é destinada a pacientes que se submetem a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias.

Além de pessoas com doenças crônicas graves. Uma bolsa de sangue doada pode ajudar até 4 vidas.

Para ser um doador é necessário ter entre 16 e 69 anos e estar pesando mais de 50kg. Além disso, no hemocentro, é necessário apresentar documento oficial com foto. Menores de 18 anos só podem doar com autorização dos responsáveis.

No dia 8 de maio de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou restrições à doação de sangue por homens gays. Até então, bancos de sangue rejeitavam a doação de homossexuais que tivessem feito sexo com outros homens nos 12 meses anteriores à coleta

Em novembro de 2021, o Senado aprovou um projeto de lei que proíbe a discriminação de doadores de sangue com base na orientação sexual. A proposta busca impedir a utilização do critério, sem base científica, para impedir a doação por homossexuais do sexo masculino. O texto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados.


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