Facebook derruba rede de fake news com 35 contas ligadas à família Bolsonaro

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 9 de julho de 2020 às 02:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:57
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Parte do conteúdo dessa rede já havia sido removido da plataforma por violar os padrões da comunidade

O ​Facebook anunciou na última quarta-feira (08) que derrubou uma rede de fake news e perfis falsos ligada ao PSL e a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos, do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), do deputado federal  Eduardo Bolsonaro (PSL).

Os deputados estaduais pelo PSL do Rio de Janeiro, Anderson Moraes e Alana Passos também tiveram contas derrubadas.

O anúncio foi feito numa ligação com jornalistas de diferentes países, incluindo do Brasil.

Foram identificadas 35 contas, 14 páginas, 1 grupo e 38 contas no Instagram. As páginas no Facebook tinham 883 mil seguidores, enquanto as contas no Instagram tinham 917 mil seguidores. Estavam no grupo, 350 pessoas.

No material postado havia conteúdos relacionados às eleições, memes políticos, críticas à oposição, empresas de mídia e jornalistas, além de material relacionado ao coronavírus. 

Segundo o aplicativo, parte do conteúdo dessa rede já havia sido removido da plataforma por violar os padrões da comunidade. Entre as violações, estavam conteúdos de discurso de ódio.

O anúncio faz parte de uma remoção de redes de desinformação que operavam em quatro territórios postando material relacionado a assuntos políticos domésticos. 

Além do Brasil, foram derrubadas redes nos EUA, na Ucrânia e na América Latina, incluindo países como Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile, além de El Salvador, na América Central.

Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do Facebook, foi cauteloso em apontar o envolvimento direto ou o conhecimento dos políticos na campanha, inclusive na coordenação das postagens. 

“Não podemos afirmar a ligação direta das pessoas citadas, mas podemos afirmar que pessoas associadas a eles e a seus escritórios se envolveram em comportamento inautêntico na plataforma.”

Segundo o executivo, não há indícios de que uma empresa tenha sido contratada para realizar o trabalho, como aconteceu com a operação nos outros países latinos. 

A operação brasileira, porém, gastou US$ 1,5 mil em anúncios no Facebook e foram pagos em reais (cerca de R$ 8,03 mil na cotação desta quarta-feira, 8/7).


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