Falta de ar em doentes com Covid-19 persistente pode indicar problemas cardíacos

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 20:30
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Uma nova pesquisa com doentes hospitalizados com Covid persistente e revela que 35% dos pacientes sofreu de dispneia e pior performance cardíaca

Falta de ar em pacientes com covid persistente, mesmo após curados, pode indicar sequelas cardíacas

 

De acordo com um artigo publicado na revista Galileu, alguns sintomas  persistentes foram aparentes mesmo após um ano dos indivíduos terem se recuperado da Covid-19.

Os pesquisadores concluíram que algumas pessoas podem apresentar falta de ar ou dispneia ao fazerem exercício físico.

Sendo que a sequela prolongada pode indicar a presença de danos no coração, revela um novo estudo, apresentado no congresso científico EuroEcho 2021, da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).

O estudo, citado pela revista Galileu, avaliou 66 doentes que não sofriam de nenhuma patologia coronária ou pulmonar prévia e estiveram internados com Covid-19, entre março e abril de 2020, no Hospital Universitário de Bruxelas, na Bélgica.

Das pessoas envolvidas na experiência científica, 67% eram homens e a idade média era de 50 anos.

No decorrer da pesquisa e um ano após receberem alta, os doentes foram submetidos a exames do tórax e a um ultrassom no coração.

Posteriormente, os médicos registraram que 23 pacientes sofriam de falta de ar durante a prática de atividade física.

“Ao observar em detalhe a função do coração por ultrassom cardíaco, observamos anormalidades sutis que podem explicar a contínua falta de ar”, disse Maria Luiza Luchian, autora do estudo, num comunicado emitido à imprensa.

Segundo a Galileu, os pesquisadores constataram nas imagens do coração uma pior performance do músculo cardíaco em doentes com dispneia, relativamente aqueles sem a condição respiratória.

Como tal, os especialistas creem que existe uma associação entre a função cardíaca e a sensação de falta de ar.

Consequentemente, para Luchian, pessoas com Covid-19 podem necessitar de ter em atenção a sua saúde cardíaca a longo prazo.

“Estudos futuros, incluindo com diferentes variantes do coronavírus e o impacto da vacinação, são necessários para confirmar os nossos resultados sobre a evolução a longo prazo e as possíveis consequências cardíacas desta doença”, concluiu a investigadora.


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