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Segundo o levantamento, com o trabalho nas ruas, a maioria dos jovens disse que consegue de R$ 50 a R$ 100 por dia
Número de menores nas ruas de Franca aumentou muitos nos últimos meses
Um levantamento da Secretaria Municipal de Ação Social de Franca constatou que 34% das crianças e dos adolescentes nas ruas foram associados para o tráfico de drogas.
A pesquisa identificou ainda que 2,9% deles são vítimas de exploração sexual.
Os dados foram coletados em abordagens a 105 jovens de 9 a 18 anos, realizadas no mês de julho.
As informações foram levantadas depois que a secretaria percebeu um aumento de pessoas dessa faixa etária nos principais cruzamentos da cidade.
“Antes, o trabalho infantil era uma coisa bem escondida no nosso município. A gente tinha números do Censo, por exemplo, mas a gente não sabia onde elas estavam trabalhando”.
“Agora, está ficando visível mesmo. Em pontos estratégicos da cidade, é possível ver crianças e adolescentes trabalhando”, diz Vanessa Barbosa Tristão, coordenadora do Fórum Municipal da Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente.
Do total de entrevistados, 80% são do sexo masculino. Segundo o levantamento, com o trabalho nas ruas, a maioria dos jovens disse que consegue de R$ 50 a R$ 100 por dia.
“Os meninos, nos seus relatos, disseram para a gente que o trabalho que eles executam é para ajudar nas despesas de casa, mas muitos também porque gostariam de acessar algum bem material”, afirma a secretária de Ação Social, Gislaine Liporoni.
Ao todo, 9,1% dos entrevistados afirmaram que não recebem nada por atividades como a venda de balas e doces.
“Eles são muito novinhos, chegam ali no final do dia e vão devolver o que conseguiram vender e não vender e não conseguem receber e nem entender porque não receberam”, diz Vanessa.
De acordo com a secretária de Ação Social, muitos dos menores de idade estão expostos a situações de risco à vida, o que configura um quadro ainda mais grave de exploração.
Falta de oportunidade
A coordenadora do fórum que discute o trabalho infantil na cidade diz que muitos adolescentes estão nas ruas porque não conseguem um emprego.
“Geralmente, eles estão com uma defasagem escolar, não têm uma qualificação profissional, então é preciso investir na qualificação profissional para esse público, para que eles tenham condições de disputar uma vaga de trabalho.”
Diante do relatório, a secretária de Ação Social diz que estratégias estão sendo discutidas para que a prefeitura possa intervir e adotar políticas públicas que ajudem a mudar o cenário.
As famílias das crianças e dos adolescentes identificados serão inseridas nos programas de assistência da prefeitura.
*Informações G1