Partos suspensos após interdição de Centro Cirúrgico da Santa Casa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de outubro de 2015 às 10:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:30
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Espaço dentro do Hospital de Misericórdia ficou inutilizado após vazamentos e deterioração

O único centro cirúrgico que realiza partos em Altinópolis (SP) está há uma semana interditado devido a problemas estruturais e à falta de médicos. O espaço dentro do Hospital de Misericórdia ficou inutilizado depois que a direção anunciou que o local não tem condições de receber pacientes por causa de um vazamento nas tubulações do prédio.

Desde então, a instituição tem encaminhado gestantes para outras cidades da região e atendido apenas casos de urgência. Sem recursos para a reforma, o hospital não tem data prevista para que os procedimentos sejam normalizados.

A Prefeitura negou que problemas estruturais tenham levado ao fechamento da unidade e informou que o hospital pode voltar a realizar partos em breve, com a contratação de uma obstetra, já aprovada em processo seletivo.

Em ofício enviado à Câmara no dia 22, o provedor Walter Manço Filho confirmou que, em acordo com a Prefeitura, decidiu suspender os partos pelos próximos meses.

Uma das razões foi a falta de uma equipe técnica suficiente para os serviços. Segundo a unidade, havia apenas uma obstetra para uma demanda de 12 partos por mês.

A falta de interesse de médicos em atuar no município dificulta as contratações, disse a gestora do hospital, Luciana Nazar Arantes.

“Estamos trabalhando para que a gente consiga trazer dois obstetras que possam compor essa grade de plantões com essa obstetra que temos para que a gente possa realizar os partos com tranquilidade”, afirmou.

O hospital também alegou um problema estrutural grave devido a um vazamento que provocou bolhas e rachaduras nas paredes, ferrugens nas portas e danificou o piso, colocando pacientes em risco.

“Tivemos que suspender os partos por conta de uma recomendação da comissão de controle de infecção hospitalar, pois nosso centro cirúrgico passou por uma inundação há alguns dias e não tem condições de ter cirurgias. Ele pode causar infecções e está em desacordo com a RDC 50, uma resolução da Vigilância Sanitária”, disse a gestora.

Segundo ela, o centro precisa passar por uma reforma antes de ser reativado, mas isso depende de verbas, já que os repasses hoje recebidos somente custeiam as atividades diárias do hospital.

“Não temos recursos, eles são finitos, repassados pelo Ministério da Saúde, pelo próprio município e pelo Estado. Esses recursos não conseguem englobar obras e aquisição de equipamentos, só o custeio, que é o pagamento dos funcionários. Vamos contar com a colaboração da população e com recursos que a gente pretende buscar fora”, disse Luciana.

Enquanto não há previsão de recursos e de obras, as gestantes com partos programados serão encaminhadas para hospitais de Batatais (SP), Cajuru (SP) e Ribeirão Preto (SP) por meio da central regional de regulação. Apenas casos de urgência serão atendidos no local.

“Detectando o trabalho de parto, o médico faz a inserção da ficha dessa paciente com todos os dados e o sistema de regulação avalia a paciente e determina para onde ela possa ser atendida”, afirmou a enfermeira coordenadora Regina Tomazini.

O prefeito de Altinópolis, Marco Ernani Hyssa Luiz (PMDB), negou que o problema estrutural tenha motivado o fechamento da unidade, mas confirmou que a falta de um obstetra resultou na suspensão dos partos.

Ele informou que a retomada dos procedimentos pode acontecer em breve com a contratação de uma médica, que foi aprovada em processo seletivo e deve assumir em janeiro.


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