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O Banco Central está perdendo o controle das expectativas de inflação de longo prazo, em um processo que poderá ter um custo importante em alta de taxas básicas de juros e de perda do crescimento da economia.

O boletim Focus de expectativa da inflação, divulgado na segunda-feira (22), mostra sinais de desancoragem das expectativas em relação às metas até 2025.

Não se trata mais de um surto inflacionário, mas de um processo de alta sustentada de preços na economia.

O Focus capta projeções de mercado para o PIB, índices de preços, câmbio e juros. A expectativa de inflação para 2021 chegou, oficialmente, a dois dígitos.

Acima de 10%

A projeção mediana dos agentes econômicos para a variação do IPCA neste ano alcançou 10,12% na última sexta-feira (19).

As revisões atingem os dois anos seguintes. Para 2022 o mercado antecipa uma inflação de 4,96% ante 4,79% projetados uma semana antes.

Está acima do centro da meta definida para o ano, 3,5%, e próxima de romper o teto da meta do ano que vem, de 5%.

Especialistas dividem a culpa entre o próprio BC, que dizem estar atrás da curva no processo de aperto monetário, e os desarranjos políticos e fiscais, com a burla ao teto de gastos e as dúvidas sobre a política econômica do futuro governo.

Para 2023 e anos seguintes, há preocupação com o processo de desancoragem das expectativas.

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