Carolina de Jesus agora é selo nacional: escritora, ela nasceu em Sacramento

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de outubro de 2019 às 11:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:53
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Carolina Maria de Jesus foi incluída na série filatélica “Mulheres Brasileiras que Fizeram História

​Nesta sexta-feira (4), os Correios lançaram mais um selo de “Mulheres Brasileiras que Fizeram História”. 

A quarta emissão da série homenageia uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus. 

O selo foi lançado em evento no Salão Nobre da Câmara Municipal de Sacramento/MG.

Houve evento de lançamento também na cidade de São Paulo, no Museu Afro Brasil, neste sábado (5), às 15h, com a presença da filha mais nova, Vera Eunice.

Carolina nasceu em 14 de março de 1914, em Sacramento/MG, e hasteou a bandeira do trabalho e da confiança por toda a sua vida. 

Uma mulher que acreditou em si mesma, honrou suas origens e trilhou o caminho da esperança.

Viveu um período de sua vida na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, sustentando-se e aos três filhos com os recursos de sua atividade como catadora de papéis. 

Em sua jornada, era notória a paixão pela poesia. Carolina ousava na prática salutar de escrever versos com a delicadeza e sabedoria daqueles que, apesar de conscientes de suas dificuldades e carências, fazem das diversidades a glória de ser maior entre tantos.

Além de Vera, Carolina teve mais dois filhos, João José e José Carlos, mas nunca quis se casar. 

Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, Carolina registrava nos cadernos que encontrava no material recolhido em sua jornada, o cotidiano da comunidade onde morava. 

Foi descoberta, em 1958, pelo fotógrafo e repórter Audálio Dantas, e, nesse mesmo ano, trechos do seu diário foram publicados no Jornal Folha da Noite.

E foi a publicação desses cadernos que deu origem a seu livro mais famoso: “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, com tiragem inicial de 10.000 exemplares, que se esgotou em uma semana. 

Esta obra vendeu mais de um milhão de exemplares e foi traduzida para quatorze idiomas, tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior.


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