compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Assim como você pode se recuperar do burnout no seu trabalho, você também pode se recuperar dele no seu relacionamento, diz terapeuta de casais
Exaustão emocional ao lado do parceiro e distanciamento afetivo são alguns dos sinais de burnout na relação – foto Arquivo
Sentir-se esgotado ao lado do parceiro, evitar o retorno para casa após o trabalho ou enxergar um futuro sem entusiasmo na relação pode ser sinal de burnout no relacionamento.
Essa condição, cada vez mais presente nos consultórios de terapeutas de casais, envolve exaustão emocional, estresse constante e distanciamento afetivo.
De acordo com especialistas, o burnout no relacionamento se instala quando as demandas e pressões da vida a dois superam os recursos emocionais disponíveis para manter a conexão.
Segundo a psicóloga Rachel Needle, trata-se de um esgotamento que, com o tempo, compromete a intimidade, o desejo sexual e a convivência diária.
Entre os fatores mais comuns estão a divisão desigual de tarefas domésticas, falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, estresse familiar e rotinas repetitivas, que levam à estagnação emocional e física.
Em geral, o burnout não surge de um único conflito, mas de um acúmulo de necessidades não atendidas e desconexão prolongada.
Como lidar com o burnout no relacionamento?
Especialistas apontam alguns passos importantes para enfrentar essa situação:
1. Reconhecer o problema
Aceitar que há um desgaste é o primeiro passo. A sexóloga Yvonne Kristin Fulbright recomenda conversas sinceras, sem acusações.
Utilizar frases como “eu percebi” ou “eu me sinto” ajuda a abrir o diálogo sem despertar defensividade. O objetivo é que cada parceiro compartilhe seus sentimentos e frustrações de forma segura e respeitosa.
2. Assumir responsabilidade
Muitas vezes, os parceiros culpam um ao outro pelo estado da relação. No entanto, o terapeuta Eric Rosenblum destaca que a recuperação passa por refletir sobre o próprio papel na dinâmica.
A terapeuta Rebecca Sokoll sugere anotar pensamentos negativos sobre o parceiro e, em seguida, observar como se contribuiu para o problema. Esse exercício de autorreflexão pode trazer clareza e responsabilidade individual.
3. Manter a comunicação ativa
Casais em burnout tendem a evitar conversas difíceis, o que só aumenta a distância. Reservar um momento semanal para conversar abertamente é fundamental.
Sokoll enfatiza que esse diálogo deve ser contínuo, com escuta ativa e comprometimento mútuo com pequenas mudanças.
A psicoterapeuta Eva Dillon afirma que expressar dificuldades ao parceiro pode aliviar o sistema nervoso e abrir espaço para a reconexão.
Gestos simples como um abraço prolongado, um beijo, caminhar juntos ou ouvir um ao outro com atenção podem fazer a diferença.
4. Reintroduzir novidades na rotina
A repetição pode levar ao tédio, tanto emocional quanto sexual. Needle recomenda buscar experiências novas em conjunto, como aprender algo diferente, cozinhar uma receita nova ou sair da rotina.
Brincadeiras e momentos leves também são importantes: jogar um jogo, dançar ou rir juntos pode reacender o vínculo. Além disso, o lado lúdico muitas vezes está ligado à sexualidade, contribuindo para a intimidade.
5. Cuidar de si mesmo
Para manter a energia na vida a dois, é preciso investir também no autocuidado. Fulbright destaca a importância de atividades que renovem individualmente, como exercícios físicos, hobbies, meditação ou momentos de silêncio.
Um parceiro mais centrado e revitalizado tende a lidar melhor com os desafios da relação.
6. Buscar ajuda profissional
Por fim, quando o desgaste parece difícil de superar sozinho, a orientação de um terapeuta de casais pode ser decisiva. Um profissional ajuda a identificar padrões nocivos e a reconstruir a conexão de forma equilibrada.
Needle reforça que quanto antes a ajuda for procurada, maiores as chances de restaurar o vínculo antes que danos mais profundos se estabeleçam.
Lidar com o burnout é essencial para preservar um relacionamento saudável. Trata-se de trocar a desconexão automática por atitudes conscientes de reconexão.
Com diálogo, empatia e disposição para mudanças, é possível restaurar a intimidade e o companheirismo ao longo do tempo.
Fonte: CNN
°C 
