compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Ao contrário do que acontece em recém-nascidos, vírus preserva as células saudáveis em adultos
Pesquisadores do laboratório Inovare, da faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), descobriram que o vírus da Zika pode ajudar a tratar pacientes com câncer no cérebro, conforme trabalho comprovado em pesquisa e divulgado recentemente.
Diante dessa importante constatação, de que o vírus mata células do cérebro em recém-nascidos, mas não em adultos, eles decidiram fazer um teste que foi o marco da pesquisa. Eles infectaram com o zika células com “Glioblastoma”, o tumor maligno de cérebro mais comum que existe. “É um tumor muito agressivo, na escala de um a quatro é nível quatro. Provoca dores de cabeça, desmaios, convulsões”, explicou o neurologista Luís Belini.
Como o vírus da Zika tem um alto poder de destruição, foi injetado nas células do câncer. Vinte e quatro horas depois, o vírus da Zika já tinha eliminado metade das células tumorais. E 48 horas depois, mais células de câncer morreram. Já as celulas saudáveis não foram afetadas pela ação do vírus.
A pesquisadora Estela de Oliveira Lima, explica o mecanismo diferente de atuação do vírus em células de adultos e recém-nascidos: “As células do bebê têm uma alta taxa de proliferação. Parecida com as do câncer, que nada mais é do que uma doença que está se proliferando de forma descontrolada. E as células saudáveis, não. Então ele protegeria as células normais do adulto, mas eliminaria apenas as células do câncer, tornando um tratamento mais específico do que uma quimioterapia “.
O trabalho publicado numa revista científica americana mostrou que o encontro do vírus da Zika com a célula do câncer, produziu uma substância responsável pela morte dos tumores. A “digoxina” já é utilizada na medicina no tratamento de doenças cardíacas.
A digoxina abre ou fecha portas na entrada de substâncias dentro das nossas células. Os pesquisadores perceberam que quando houve a infecção do vírus da Zika nas células do câncer, a quantidade de digoxina aumentou bastante. E isso é resultado do nosso sistema de defesa trabalhando. Algo ruim, contra outra coisa ruim, acabou sendo bom para a saúde.
Depois das descobertas em laboratório, os próximos passos são as análises em animais e seres humanos. De acordo com os pesquisadores, será possível desenvolver desde uma terapia com o vírus a uma vacina para tratamento então do câncer no cérebro.