USP, Unicamp e Unesp investem em planejamento e ações estratégicas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de abril de 2018 às 12:45
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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O projeto propõe reformulação das métricas utilizadas atualmente pelas três universidades públicas paulistas

A Universidade de
São Paulo (USP) está implantando um Escritório de Gestão de Indicadores de
Desempenho para subsidiar o planejamento e ações estratégicas da instituição. “O
objetivo é preparar a instituição para atender os anseios da sociedade,
respeitando as avaliações externas, nacionais e internacionais”, destaca Vahan
Agopyan, reitor da USP. O escritório será dirigido por Aluisio Segurado,
professor titular da Faculdade de Medicina da USP.

Já a Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) iniciou um mapeamento de informações que
permitirá reunir, em uma única fonte, dados relevantes de desempenho, como, por
exemplo, o número de palestras internacionais proferidas por seus docentes, de
acordo com Marisa Massumi Beppu, pró-reitora de Desenvolvimento Universitário.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) constituiu
uma comissão com a tarefa de interpretar e monitorar indicadores acadêmicos de
suas 34 unidades, em 24 cidades em todo o Estado, ressalta Helber Holland, da
Assessoria Especial de Planejamento Estratégico.

Parceria

As iniciativas foram anunciadas durante o segundo
workshop do projeto Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais
Paulistas, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), no âmbito do Programa Pesquisa em Políticas Públicas. O projeto tem o
objetivo, até 2019, de propor reformulação das métricas utilizadas atualmente
pelas três universidades públicas estaduais paulistas.

Liderada pelo professor Jacques Marcovitch, da
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e do Instituto de
Relações Internacionais (IRI) da USP e ex-reitor da universidade, e pelo
Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), a proposta
teve início em julho de 2017, tendo também como parceira a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.

“Temos intenção de estimular as universidades a
substituir a cultura de anuário estatístico, que registra o passado, pela de
unidade de inteligência”, explica Jacques Marcovitch. Segundo o professor, a
iniciativa capta em tempo real informações de várias fontes para apoiar a
construção do futuro.

As métricas a serem aprimoradas são as mesmas que
alimentam rankings internacionais como o Times Higher Education (THE) ou o
Academic Ranking of World Universities (ARWU). “Mas, para definir padrões de
avaliação das universidades estaduais paulistas, é fundamental que se defina
claramente qual o projeto institucional de cada uma delas, de acordo com o
interesse de seus grupos de pesquisa”, recomenda José Goldemberg, presidente da
Fapesp e ex-reitor da USP.

Indicadores

Foi consenso entre os participantes do encontro que
o aprimoramento dos indicadores de desempenho permitirá às universidades
conhecer melhor o seu funcionamento e encontrar maneiras de melhorá-lo. “Para
implementar políticas eficazes e obter melhor visibilidade dos impactos da
universidade em favor da sociedade, precisamos de boas métricas”, avalia Carlos
Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.

Segundo ele, as universidades são continuamente
criticadas, por supostamente não trabalharem mais em colaboração com empresas
ou não apresentarem impacto econômico e social. No entanto, raramente se
discute esses tópicos com base em métricas de desempenho.

Por exemplo, no caso de interação com empresas, o
diretor científico sugeriu a utilização de um conjunto de indicadores, como a
participação de recursos privados no dispêndio de pesquisa e desenvolvimento,
número de artigos publicados em coautoria entre pesquisadores de universidades
e empresas, número de startups criadas por alunos e professores e carteira de
patentes licenciadas, entre outros.

O terceiro workshop do projeto Indicadores de
Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas será realizado em agosto de
2018 na Unesp, junto com o lançamento do primeiro livro com análises. As
conclusões finais do projeto e o segundo livro sobre o assunto serão divulgados
em 2019.


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