USP avança em pesquisa e vacina em spray da covid-19 pode chegar em 2021

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de agosto de 2020 às 17:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:06
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Os resultados da fórmula desenvolvida pela USP com o Instituto do Coração foram positivos

Um grupo de pesquisa da Faculdade de Medicina e Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) está animado com o avanço do desenvolvimento de uma vacina brasileira em formato de spray nasal para imunizar as pessoas contra o novo coronavírus

Nos últimos testes, os resultados da fórmula da desenvolvida pela USP em parceria com o Instituto do Coração (InCor) foram positivos. Se tudo correr como planejado, a vacina pode estar disponível já em 2021.

O diferencial da terapia de imunização brasileira em relação a outras vacinas que estão sendo criadas no mundo, como a desenvolvida na Universidade de Oxford, no Reino Unido, ou a produzida pelo laboratório chinês Sinovac, é que a vacina nacional não será aplicada em forma de injeção.

Em vez disso, será administrada com o uso de um spray posicionado no interior das narinas. A ideia é permitir uma ação mais rápida do composto imunológico.

“A vacina aplicada por um spray nasal permite a criação dois tipos de anticorpos e não somente aquele criado quando a vacina é administrada por injeção”, explica Marco Antonio Stephano, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e responsável pelo projeto. 

Segundo o especialista, a aplicação intranasal permite que a vacina chegue nas vias aéreas superiores e nos pulmões, o que faz com que o sistema imunológico atue já no começo da infecção.

Quando estiver pronta, o que pode acontecer no segundo semestre de 2021, a vacina deverá ser administrada em quatro doses (duas em cada narina) com um intervalo de alguns dias entre as aplicações.

Isso permite que o composto de nanopartículas possa permanecer tempo suficiente no organismo do paciente, ao ser acoplado na mucosa nasal, para fortalecer o sistema imunológico no combate ao vírus SARS-CoV-2.

A produção de uma vacina no Brasil é importante para permitir que país tenha não seja dependente de laboratórios internacionais.

“Se amanhã houver um rompimento diplomático do Brasil com algum mercado que produza a vacina e um bloqueio ao país, temos uma tecnologia que é desenvolvida nacionalmente”, afirma Stephano. “É preciso ter várias vacinas no mercado.”


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